Listas sempre geram polêmicas e na maioria das vezes são repetitivas e pouco acrescentam para o público. Dizem as mesmas coisas sobre as bebidas e os filmes do Michael Bay, mas as pessoas continuam tomando cerveja e lotando as exibições de aberrações como Transformers: O Lado Oculto da Lua. O Cinema de Buteco resolveu selecionar uma lista com os 10 Melhores Filmes de Terror de 2011 e contar para os leitores os motivos que fizeram Tullio Dias selecionar esta lista especial. Confira:
ATENÇÃO! ESTE POST PODE CONTER SPOILERS.
Divirta-se com os 10 melhores filmes de terror de 2011
Na lista abaixo você pode clicar para ler a crítica das obras e conhecer mais sobre cada recomendação.
10 – A Serbian Film
Ruim seria uma boa forma de descrever A Serbian Film, um filme que ficou famoso apenas por toda a polêmica censura do governo quanto a distribuição do longa no Brasil. Um infeliz perdeu a oportunidade de ficar quieto e colocou o fogo na bunda da produção: foi o suficiente para ser um dos assuntos mais discutidos durante o ano.
Pessoalmente, sou contra a censura pelas cenas de violência apresentadas, mas totalmente a favor da censura para filmes ruins, que é o caso. Se um político qualquer não tivesse se sentido ofendido com o estupro de um bebê ou com observar um pau virando objeto fatal (nem Sharon Stone seria capaz de uma morte tão criativa quanto a que estou me referindo), A Serbian Film seria completamente ignorado. Mas não foi isso que aconteceu e todo mundo ouviu falar do chamado “filme mais violento de todos os tempos”. Uma baboseira sem limites.
“A Serbian Film pode ser considerado como a mistura de O Albergue com O Show de Truman e com o porn star Rocco Siffredi no papel principal. A trama envolve um ator pornográfico aposentado, que é convidado para voltar à ativa por uma quantia obscena demais para ser mencionada. O alto valor do cachê foi tentador e o sujeito resolve atuar, mesmo sem saber do que se trata o filme”, coincidentemente nem o público sabe ao certo do que trata a produção.
9 – Pânico 4
Mesmo sendo um tanto idiota e covarde, Pânico 4 consegue ser melhor que o filme anterior e dar um novo gás na série criada por Wes Craven. A verdade é que o longa-metragem só entrou na listinha por conta das presenças sempre marcantes de Neve Campbell e Courteney Cox, além de ser uma espécie de revival da boa época de 1996 e de tudo que significava assistir a um bom filme de terror slasher, coisa que não se repete aqui. Exceto na brilhante introdução.
“Em resumo, Pânico 4 é divertido o suficiente para fazer o preço do ingresso valer a pena. Independente de ter assistido ou não os filmes anteriores, o que vai fazer a diferença é a sua vontade de se deixar levar por pouco mais de uma hora e meia em uma história recheada de piadinhas nerds (algumas bem engraçadas) e muitas, muitas mortes. Além de um roteiro onde nada precisa fazer muito sentido, mas que no fim das contas é apenas um mero detalhe. Imperdível para os fãs de terror adolescente.”
8 – A Centopeia Humana 2
Bobo, masoquista, pervertido, divertido e imbecil? De verdade, sendo muito sincero, a única coisa boa que A Centopeia Humana 2 deixa para a memória do espectador foi a excelente (e inusitada) maneira de se utilizar uma lacraia no cinema. E olhe lá.
A continuação do (igualmente) desnecessário A Centopeia Humana usa a metalinguagem para tentar cativar o público e talvez este seja um dos poucos pontos positivos da produção dirigida por Tom Six. Refletir o espírito masoquista e doentio das pessoas que costumam assistir a esses tipos de filmes é sempre uma jogada interessante no final das contas. Em breve vai estar aqui no Buteco!
7 – A Pele Que Habito
Para os homens, com certeza, poucos filmes foram tão aterrorizantes assim. Ainda que o excelente A Pele Que Habito não seja um filme de terror propriamente dito, ele certamente toca no interior das pessoas que o assistem. A trilha sonora sensacional e as performances arrebatadoras do elenco transformam a produção em um dos grandes destaques da temporada.
Nossa querida Juliana Lugarinho escreveu o seguinte sobre a produção:
“O personagem principal do filme de Almodóvar tenta criar uma pele mais resistente, e ao mesmo tempo testa a todo custo as “resistências” dessa pele, desse corpo, desse indivíduo. E ao mesmo tempo também testa suas próprias resistências, a ponto que mistura vingança com paixão. Pensando assim pode-se dizer que é um filme de limites, tanto para os personagens quanto pra quem o assiste, porque em alguns momentos fica difícil tolerar que seja aquilo mesmo que está acontecendo.”
6 – The Woman
“Um conto de fadas às avessas, a produção de McKee não é indicada para qualquer tipo de público, ainda que tenha uma doçura distorcida e completamente bizarra, que deixa essa sensação de que The Woman é sim um conto de fadas da vida real. Mas sem a preocupação de encontrar um príncipe encantado, já que eles não existem de verdade. Prepare seu estômago para a épica sequência final, quando o diretor abandona qualquer pretensão de seriedade e mergulha o filme no que existe de melhor no trash e gore.”
5 – Atividade Paranormal 3
“Atividade Paranormal 3 afoga as mágoas deixadas pelos dois filmes anteriores (o horroroso Atividade Paranormal 2 e o quase spin-off Atividade Paranormal em Tóquio – digo que é quase spin-off, pois a trama se passa em outro país e com outros personagens, mas quem assistiu sabe que existe uma relação com tudo que foi mostrado nos dois filmes) e recupera o prestígio do filme original, reservando cenas tão ou mais arrepiantes. O único problema é que a direção da dupla Henry Joost e Ariel Schuman, responsável pelo excelente Catfish, acaba buscando uma certa referência em O Último Exorcismo, que não é lá tão interessante assim.”
4 – I Saw The Devil
A maioria das pessoas costuma cultivar uma forte admiração por produções de horror orientais. Não estou inserido neste grupo. Raramente me sinto cativado por filmes japoneses, seja pelo ritmo lento ou pelas atuações um tanto preguiçosas. Ainda estou moldando minhas ideias sobre as produções coreanas e se for julgar pelo forte I Saw The Devil, bem, a situação é bem mais agradável.
O leitor mais atento poderá se lembrar imediatamente de Oldboy, mas aquele não era lá um filme de terror – embora pela lógica, se A Pele Que Habito entrou na minha lista, Oldboy também entraria. Aliás, o ator Choi Min-sik está nas duas produções e mostra versatilidade e talento para viver o psicopata de I Saw The Devil, que provavelmente buscou referência em grandes clássicos do cinema que tratam da vingança. Imperdível.
3 – The Tunnel
O filme de terror mais surpreendente de 2011. Para os fãs de produções found footage (aquele esquema que ficou popular depois de A Bruxa de Blair) é obrigatório. The Tunnel é um longa-metragem australiano que mistura as “fitas encontradas” com documentário, o que acaba tentando conferir um grau de realidade para a história. A sensação de sufoco e tensão em acompanhar os personagens pelos subsolos de Sidney e descobrir o motivo para o desaparecimento misterioso dos mendigos rende bons momentos. The Tunnel é um exemplo de como criatividade e simplicidade podem caminhar lado a lado e ainda por cima misturando o gênero favorito de muitos fãs do cinema que frequentam o Cinema de Buteco.
2 – Ataque ao Prédio
Infelizmente não tive a oportunidade de produzir material para as páginas do Cinema de Buteco e indicar o divertido Ataque ao Prédio para os nossos fieis leitores. Como assim “divertido”? Pois é. Acontece que filmes de terror não precisam ser exclusivamente voltados para assassinos com facões ou espíritos demoníacos (embora eu quisesse muito ter incluído Sobrenatural na lista). De vez em quando surgem filmes que brincam com o gênero e se arriscam em uma deliciosa mistura do que teria sido Super 8, caso Steven Spielberg não tivesse se envolvido na produção.
Ataque ao Prédio apresenta um bando de mequetrefes que formam uma gangue e acabam encontrando um estranho bicho de outro planeta. Sem pensar muito, os “manolos” da quebrada londrina arrebentam com o E.T. e resolvem faturar uma grana com o que sobrou do corpo do bichinho. O problema é que outros aliens ficam muito invocados com a morte de um companheiro e resolvem iniciar uma verdadeira invasão em busca de vingança.
1 – O Caçador de Troll
O grande destaque de 2011 nem é lá um filme de terror, assim como o segundo colocado. Mas a verdade é que não me lembro de nenhum outro filme do gênero que fosse tão eletrizante, divertido e ouso incluir até mesmo assustador na lista. Usando e abusando do recurso found footage, a produção norueguesa prende a atenção do público do começo ao fim e nem mesmo os efeitos visuais limitados estragam toda a sensação de imersão que Troll Hunter oferece.
Em breve teremos um outro comentário da produção nas páginas do Cinema de Buteco, mas confiram a opinião de Wendel Wonka sobre o longa-metragem:
“Um grupo de estudantes resolve fazer um documentário sobre o único caçador de ursos na Noruega que não é “licenciado”. Quando o encontram, começam a segui-lo apesar dos inúmeros vetos recebidos por ele. Até que se deparam com ele fugindo de algo na floresta que definitivamente não é um urso. Daí pra frente, Hans (Otto Jespersen) resolve deixar que os jovens o acompanhem e o mais inesperado é revelado: além de existirem Trolls, o governo da Noruega sabe (?) e cuida (!) deles!”
Hors Concurs
Saga Crepúsculo – Amanhecer: Parte 1
Poucos filmes conseguiram causar tanto medo quanto a primeira parte do último capítulo da saga romântica da fada enrustida Edward Cullen e da menina-beicinho Bella Swan. O público que assistiu ao filme e que não gritava de medo durante as cenas em que Edward afogava Swan ou tentava usar seus dentes para ajudar no nascimento do bebê objeto de desejo do lobisomem indeciso, provavelmente teve sérios problemas para se recuperar da constrangedora sequência em que os lobinhos discutem mentalmente sobre o que fazer quanto ao futuro dos Cullen.
Veja também: nossas outras listas com dicas de melhores filmes de terror:
2022
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