review lobisomem

Review Lobisomem: Um Filme com Garras ou Apenas uma Mordida Fraca?

Dentro de cada homem, existe uma besta esperando para ser libertada. Essa é a premissa de quase todo filme de lobisomem, seja para o horror absoluto (Grito de Horror), o suspense visceral (Um Lobisomem Americano em Londres), ou o terror psicológico (Lobo, com Jack Nicholson). Mas aí chega Lobisomem, do Leigh Whannell, tentando levar essa lenda de volta às suas raízes mais primitivas. Será que ele conseguiu? Bom, a resposta é sim e não.

Uma Maldição que Passa de Pai para Filho

O filme acerta em cheio na forma como constrói a maldição como algo hereditário, passando de pai para filho, e como esse ciclo de distanciamento e trauma se repete. O protagonista, Blake (Christopher Abbott), cresceu afastado do pai (Sam Jaeger), um ex-militar paranoico e obcecado pela segurança. Agora adulto, Blake tem um relacionamento complicado com a esposa Charlotte (Julia Garner), mas tenta ser um bom pai para sua filha Ginger (Matilda Firth). O que acontece quando ele precisa encarar um passado que nunca quis revisitar? Resposta: nada de bom.

Ao retornar à cabana do falecido pai, Blake se vê preso em uma espiral de eventos cada vez mais violentos. Primeiro, um acidente na estrada. Depois, um ataque misterioso. Antes que possa dizer “preciso de um dermatologista urgente”, ele está lidando com dentes caindo, unhas despencando e um apetite estranho por carne crua. Sim, você sabe onde isso vai dar.

Tensião na Medida Certa

Se tem algo que Lobisomem faz bem, são as cenas de tensão. O filme entende que menos é mais, e Leigh Whannell é craque em construir um suspense sufocante com poucos elementos. Um barulho estranho no mato? Check. Silêncio incômodo antes do caos? Check. Aquela sensação de que algo está prestes a dar muito errado? Check triplo.

Mas nem tudo são flores (ou pelos). Algumas sequências que deveriam ser o grande clímax acabam não funcionando tão bem. A luta de lobisomens, por exemplo, tinha tudo para ser um momento memorável, mas é tão mal-iluminada e editada de forma tão picotada que é difícil entender o que está acontecendo. Em vez de gritar “MEU DEUS, QUE INSANO!”, a reação é mais “ahn… o que acabou de acontecer?”.

O Drama Familiar Funciona?

A ideia de ligar a licantropia a problemas familiares é interessante e tem momentos em que realmente brilha. Blake quer ser um pai melhor do que o seu foi, mas sua transformação em lobisomem é a materialização de seus piores medos: tornar-se uma força destrutiva para sua própria família. Isso adiciona um peso emocional à história, mas o roteiro não aprofunda esse tema o suficiente.

Julia Garner, por exemplo, tem um talento absurdo, mas sua personagem fica perdida em meio à narrativa. Seu papel se resume a “esposa preocupada que olha para o marido e percebe que algo está errado”. Se O Homem Invisível fez um trabalho excelente ao explorar os horrores de um relacionamento abusivo, Lobisomem não sabe direito o que fazer com a dinâmica conjugal de Blake e Charlotte.

Vale a Pena?

Apesar de seus tropeços, Lobisomem tem seus méritos. Não reinventa a roda do gênero, mas também não erra feio a ponto de ser uma completa perda de tempo. A transformação de Blake é angustiante, as cenas de horror corporal são bem feitas e a ideia de um terror centrado na dinâmica pai-filho é intrigante.

Por outro lado, a iluminação exageradamente escura, a edição confusa e a falta de um arco emocional mais trabalhado fazem com que o filme nunca alcance todo o seu potencial.

Lobisomem é aquele filme que você assiste, se diverte e, algumas semanas depois, já não lembra direito dos detalhes. Não é um desastre, mas também não é um novo clássico do gênero. Ainda assim, se você gosta de um bom terror com uma dose de drama familiar, pode valer a pena dar uma chance.

Agora me conta: você assistiu Lobisomem? O que achou? Deixe seu comentário e até a próxima!