Ser casada com um crítico de cinema não é uma tarefa fácil, por mais que você seja uma cinéfila de carteirinha como eu. Ao longo de anos de relacionamento eu aprendi a lidar com alguém que consome filmes de uma forma voraz, mesmo aqueles que eu considero ruins e que nunca perderia o meu valioso tempo assistindo.
Entre todas as características e manias que meu marido, Tullio Dias, vulgo co-criador desse site, possui é de evitar ao máximo ver os trailers dos filmes, não apenas para evitar os spoilers, como também para ser surpreendido. E de todas elas, essa é uma das que tenho tentando aplicar à minha vida cinéfila. Curiosíssima como sou, nem sempre isso dá certo, mas fiz esse experimento com o filme “Acompanhante perfeita”, do pouco experiente diretor Drew Hancock.
Eu tive uma grata surpresa ao ver o filme, pois a única informação que tinha além do nome e do cartaz, era ser do gênero que mais amo, terror. O longa conta a história do casal vivido por Iris (Sophie Thatcher, ‘Yellowjackets’) e Josh (Jack Quaid, ‘The Boys’) em uma viagem a uma cabana na floresta, na companhia de alguns amigos.
O que era para ser um tranquilo e romântico final de semana, se torna um verdadeiro caos, quando Iris percebe que o seu relacionamento não era bem o que parecia ser.
O enredo é surpreendente e cheio de reviravoltas, onde o terror e a sátira produzem uma crítica interessante, ácida e muito atual sobre relacionamentos abusivos. O filme traz atuações incríveis, com um destaque especialíssimo à Sophie.
É muito desafiador falar de um filme sem trazer informações o suficiente uma vez que isso poderia comprometer muito a experiência, mas, acreditem, não ver o trailer e saber pouco ou nada sobre essa trama, é fundamental.
Àqueles que toparem essa aventura como foi o meu caso, se preparem para uma experiência surpreendente e divertida.