https://www.youtube.com/watch?v=aJoGdiyvdYs
No início do século XX, Thomas Wake (Willem Dafoe) contrata Ephraim Winslow (Robert Pattinson) para ajudar a cuidar de uma ilha isolada por quatro dias. No entanto, um segredo profundo e sombrio sobre o local aumenta a curiosidade de Winslow, ao mesmo tempo em que começam a acontecer fenômenos sobrenaturais.
O diretor Robert Eggers, que anteriormente dirigiu “A Bruxa (2015)”, mostra sua capacidade com o roteiro e faz com que todos os acontecimentos bizarros de “O Farol” sejam eficazes. O jeito como ele brinca com quem está assistindo é impactante e consegue fazer com que tudo seja uma experiência nova. Os sustos do filme são bem colocados por não serem simplesmente “jump scares”, aqueles que fazem o público pular da cadeira. Trata-se um terror psicológico que deixa o telespectador perplexo e curioso a cada cena que passa.
Ephraim Winslow
Por filmes anteriores, Pattinson foi duramente criticado e todos faziam questão de falar que ele não conseguiria um papel que dominasse bem. Não é o caso. Por causa de sua interpretação, o personagem consegue muitas camadas. De primeira, convence você sobre como ele é, qual o seu propósito e o porquê de ele estar ali. Cada mudança que acompanhamos no roteiro é perceptível, já que o personagem demonstra cada detalhe do que a situação está lhe causando e torcemos para que o seu personagem consiga sair desse inferno.
Thomas Wake
De um lado, temos o cara para o qual torcemos. Do outro, o cara que queremos que se ferre. Dafoe está magnífico no papel. Ele faz um personagem muito desprezível e abominável, mas ao mesmo tempo o faz funcionar tão bem que o torna memorável. Ele solta frases tão clichês que, de primeira, fazem você pensar que é totalmente aleatório. Depois de analisar, elas fazem com que ele se torne muito misterioso. As piadas machistas, homofóbicas e exageradas tiram algumas risadas, mas são risadas de nervoso, já que esses atos fazem com que Winslow fique mal e constrangido, fazendo a gente sentir cada emoção física e emocionalmente.
Visual Técnico
A fotografia e a ambientação fazem os olhos marejarem. Tudo aqui combina com o clima que a obra pretende passar, começando pela fotografia em preto e branco, junto do formato como a câmera enquadra a tela, tornando a sensação de claustrofobia totalmente pesada. Conseguimos sentir o estado de ficar preso em um local pequeno e sem alma, totalmente podre.
Veredito
O Farol é mais uma surpresa que este ano tem a nos oferecer. Um filme curioso e agoniante, que faz todos ficarem focados e aumenta o interesse em cada mistério que vai sendo deixado. A sensação de estar confuso é bem constante de primeira, mas a maneira com que o roteiro mexe em suas perguntas faz criar uma necessidade de rever o longa para tentar decifrar tudo o que foi visto. E, além de tudo, tem um final que fará abrir muitas discussões curiosas sobre o que foi visto. Um grande e forte concorrente em muitos aspectos ao Oscar que está em uma disputa pesada em 2020, com tantos competidores de qualidade.