DIZEM QUE O QUE É BOM RARAMENTE FICA MELHOR, mas o que é ruim sempre pode ficar pior. A franquia Brinquedo Assassino levou a máxima ao pé da letra e o terceiro longa-metragem (que por sinal enterrou de vez a intenção dos estúdios em levar o personagem à sério – antes tarde do que nunca, diga-se de passagem) consegue superar tudo que há de mais horroroso nos dois filmes anteriores e com o bônus de colocar o Jimmy Olsen, da série Lois e Clark – As Aventuras de Superman (hahaha), no papel principal.
Se Alex Vincent (dos dois filmes anteriores) já conseguia ser um pé no saco muito pior do que Jake Lloyd em Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma, de George Lucas, Justin Whalin demonstra todo o seu talento (só que ao contrário) e oferece uma experiência única para o fã de terror trash. Seria injusto dizer que apenas ele é o responsável pelo fiasco completo, mas quando escolhem uma versão mais chata de Walt (aquele mesmo de Lost) para bancar a “vítima” da vez e uma maria-homem mais macho que a Michelle Rodriguez para ser o interesse amoroso de Andy (Whalin), fica complicado.
A trama de Brinquedo Assassino 3 é pior que caipirinha sem açúcar ou cerveja quente. Me digam como é que um moleque pseudo-escoteiro me arruma um boneco “bonzinho” para ser o seu melhor amigo? Sério, Walt? Você é tão carente assim que precisa de um bonequinho desses e nem percebe que o Charles Lee Ray é um maníaco que quer roubar a sua alma? Aliás, vamos combinar que o nosso serial killer de borracha não é nada esperto e poderia facilmente ser acusado de pedofilia, como apontam os fatos dos três filmes. A constante vontade de possuir o corpo de uma criança é mais assustadora que os próprios assassinatos cometidos pelo boneco. De qualquer maneira, Chucky tenta possuir a alma de uma nova vítima e Andy precisa impedir que isso aconteça.
Existem boas piadas, como as frases de efeito de Chucky em diversos momentos, especialmente quando uma de suas vítimas sofre um ataque cardíaco e morre antes de ser cortada com um facão. Mesmo com todo o carisma do personagem, é missão impossível querer acreditar no mínimo de qualidade na produção, que conta com uma trilha sonora que poderia muito bem ter sido feita para a um filme de televisão, bem como os efeitos especiais de “última geração”, literalmente.
Para finalizar, Brinquedo Assassino 3 se encerra com uma daquelas sequências cafonas em que o vilão é arremessado para a morte e o público confere a cena por diversos ângulos e até mesmo em slow motion, como se fosse algo sofisticado e agradável de conferir. A verdade é que tais cenas, especialmente num filme de terror como este, são bregas e só reforçam os motivos de achar graça no filme (e no personagem, claro).
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