trailer de beaten to death - review

Review Beaten to Death: Horror australiano para quem gosta de SANGUE

REVIEW BEATEN TO DEATH POSTERO CINEMA DE BUTECO ADVERTE: A review de Beaten to Death contém spoilers e deverá ser apreciada com moderação. 

O CINEMA DE TERROR PRODUZIDO NA AUSTRÁLIA QUER UM LUGAR AO SOL EM 2023. Após Fale Comigo conseguir o maior sucesso comercial mundial desde Wolf Creek, descobrimos uma série de outros trabalhos promissores chegando, como You´ll Never Found Me e Beaten to Death, cuja análise crítica você confere nos próximos parágrafos. 

Considerado, justamente, uma das produções mais perturbadoras dos últimos anos (Aterrorizante/Terrifier até mereceria o título se não tivesse um roteiro tão medíocre e gratuito), Beaten to Death é um filme sobre tomar decisões ruins, parar no lugar errado, com as pessoas erradas e dar com a cara no incrível acaso da vida. O filme apresenta um homem lutando para sobreviver depois de ser brutalmente espancado. 

Logo nos minutos iniciais acompanhamos o desespero de um homem banhado em suor, lama e sangue. A introdução é muito honesta com o que nos aguarda ao longo de toda a narrativa. Além da violência visual, também seremos premiados com agonizantes minutos de gritos de dor e sofrimento. 

Não demora muito para a gente conhecer um pouco mais do protagonista: na próxima cena, ele está sendo espancado por um homem gigantesco e com cara de poucos amigos. O sujeito não se contenta em agredir, já que faz um monólogo frio e desprovido de qualquer senso de humanidade. 

Considerando a sua proposta de ser um longa-metragem indicado para um seleto grupo de fãs de horror hardcore, Beaten to Death consegue ser inventivo o suficiente para se destacar além da violência. A sua narrativa fragmentada e não-linear, vai e volta o tempo todo, apresentando novos detalhes aos poucos e alimentando o “acaso” citado na abertura da crítica. 

O desenvolvimento dos personagens acaba não sendo o grande objetivo da obra e tudo bem. Mas existe um cuidado especial para contar o mínimo sobre o protagonista e a sua esposa, desde os seus encontros até a decisão que levaria os dois para horas infernais no deserto australiano. O distanciamento proposital da esposa gera um efeito poderoso na cena em que ela finalmente aparece viva. Fica um sentimento angustiante de saber o seu destino desde os minutos iniciais, e ainda assim, ficamos apreensivos por sua vida.

O roteiro acaba sendo um pouco previsível, dependendo da sua bagagem cinematográfica. Porém, o desenvolvimento da obra é tão envolvente, que a gente até ignora essas conveniências. Até porque, como já repeti, o acaso é o grande inimigo do nosso protagonista. Durante a sua fuga, o protagonista conhece um homem grosseiro. Inevitável pensar que aquela grosseria esconde também um instinto assassino, que logo se comprova. 

Mas a grande surpresa está guardada para o final. Um encerramento pesado e cruel, daqueles que não se preocupa em agradar ou garantir um final feliz. Muito pelo contrário: o roteiro chega a zombar das expectativas dos espectadores em ver o protagonista são e salvo de tudo que viveu, livre para sobreviver e recomeçar. Quando a câmera flutua mostrando a estrada e o que está na parte de trás do carro que dá carona para o “herói”, confesso que achei graça. Não por ser engraçado ou tosco, mas por entender que não existe chance de ser feliz em Beaten to Death

Altamente contra-indicado para quem tem estômago fraco, Beaten to Death se garante como um dos grandes trabalhos australianos dos últimos anos e um dos destaques do horror na temporada. Recomendo assistir com o volume baixo para não correr o risco de fazer algum vizinho chamar a polícia porque escutou barulhos de alguém gritando excessivamente. 

Beaten to Death (Sam Curtain, 2023) ainda não está disponível em nenhum serviço de streaming.