Atividade Paranormal 4

OU VOCÊ AMA OU VOCÊ ODEIA. Se tratando dos filmes da série Atividade Paranormal, as opiniões costumam ser radicais. O quarto (ou quinto, dependendo do seu ponto de vista) longa-metragem não muda a sua fórmula e reforça o ditado que “não se mexe em time que está vencendo”. Prova disso é que a produção, que custou pouco mais de US$ 5 milhões, arrecadou US$ 56 milhões no final de semana de estreia e os estúdios já garantiram o quinto filme. Para quem reclamava que todo ano tinha um filme novo da franquia Jogos Mortais, agora é a vez de saber que todo ano teremos um novo episódio da saga Atividade Paranormal.

Cinco anos após os eventos de Atividade Paranormal 2 (sim, você precisa conferir todos os filmes da série para a história fazer sentido), uma adolescente começa a sentir uma presença estranha em sua casa. Com a ajuda do namorado, Alex dá um jeito de usar os computadores da família para monitorar todas as partes da casa (isso aí, agora a ação também se passa pela webcam – mas sem Chatroulette). Claro que seus pais ignoram os avisos da menina, que passa a desconfiar do seu estranho vizinho e de sua mãe misteriosa.

Pessoalmente, como um fã da história criada por Oren Peli (e destruída pela máquina de fazer dinheiro conhecida como Steven Spielberg), Atividade Paranormal 4 mantém o nível do longa-metragem anterior e consegue fazer o espectador se assustar uma ou duas vezes, ainda que em menor escala comparado com a aterrorizante sequência do quarto em Atividade Paranormal 3. Aliás, vale comentar que os diretores Henry Joost e Ariel Schulman economizaram nas longas cenas em que nada acontece (e que causam tanta irritação no público – aliás, é impressionante como tem gente que ainda vai ao cinema conferir um novo exemplar da série e reclama em voz alta sobre o quanto está achando aquilo uma merda. Ou o cara é burro ou masoquista) e se concentraram mais na tentativa de construir a personagem Alex (Kathryn Newton), seu irmão Wyatt e do estranho Robbie (Brady Allen). O resultado é positivo, e representa uma pequena mudança na postura da franquia, que nunca privilegiou as atuações de seu elenco. As duas crianças roubam a cena, especialmente Allen, que é realmente assustador.

Uma das coisas mais legais para se falar sobre a franquia Atividade Paranormal é que ao contrário da maioria dos trailers que são exaustivamente divulgados pelos estúdios, os produtores se preocupam em evitar mostrar coisas que estarão na trama, evocando o conceito original (e há muito perdido) do que são os verdadeiros trailers teasers. Assim como aconteceu no terceiro episódio, algumas das cenas dos trailers simplesmente não estão no filme. No entanto, vale ressaltar que as cenas dos trailers são praticamente anuladas pelo roteiro do quarto filme, já que não se encaixariam em momento algum. Ou seja, os previews de Atividade Paranormal não servem para nada, além de provocar.

Os cinéfilos de plantão irão delirar com uma cena em que Wyatt está brincando de velotrol pela casa, em uma clara alusão ao clássico O Iluminado, de Stanley Kubrick. Só faltou usarem a cor vermelha na roupa da criança. O humor é privilegiado, graças ao namorado de Alex, responsável pelo alívio cômico do filme. Infelizmente, o único momento de tensão só acontece nos minutos finais, que casa com os eventos explicados no terceiro filme, mas ainda assim Atividade Paranormal 4 tem todos as qualidades para agradar aos fãs da série.

Nota:[tres]