DURANTE OS DOIS ÚLTIMOS ANOS, muito foi comentado à respeito de A Centopeia Humana. Confesso que não tive a menor vontade ou curiosidade para assistir até que li sobre a sequência.
Para quem não sabe, a produção foi banida do circuito britânico, onde foi considerada extremamente violenta e desnecessária. A proibição criou a curiosidade e então cá estou, comentando a produção original para o Cinema de Buteco.
O que dizer? Trata-se de uma produção cheia de violência gratuita. As cenas não chegam a ser tão grotescas quanto os anúncios de divulgação do filme (o que mostra o perigoso poder da publicidade enganosa no cinema e como certos produtos ganham status que não conseguem corresponder) e isso pode desagradar o público que idolatra produções do gênero. Em A Centopeia Humana impera a violência psicológica da tortura e imaginar como seria ficar sujeito às loucuras de um médico alemão maluco. Nesse ponto a produção dirigida por Tom Six consegue agradar, já que o vilão da trama (mesmo com todos seus clichês) incomoda bastante e causa desconforto durante todas as cenas em que aparece. Mas é só isso. Não existe nada melhor no filme que o vilão caricato do ator Dieter Laser, ou seja…
A cena que ilustra o post é a realização da experiência do médico maluco, que sente verdadeira aversão aos seres humanos. O sujeito é tão bizarro que depois de fazer fama em cirurgias de separação de gêmeos-siameses, resolve “inovar” com cirurgias de unificação de dois seres humanos. Seus testes começam com um desafortunado trio de rottweilers e depois partem para os (chatos) personagens do longa.
Duas amigas norte-americanas de férias pela Europa e um japonês (que surge do nada e tudo que faz é gritar mantras sobre a força oculta dos orientais) se tornam parte do macabro experimento do médico. As amigas tem o azar de buscarem ajuda na casa de um estranho e contrariando todas as lições aprendidas na infância (“Nunca aceite nada de estranhos”) se tornam reféns e posteriormente, parte da famigerada centopeia humana.
A produção é basicamente sobre isso e depois da cirurgia (que consistia em ligar a bunda de um na boca de outro, que teria a bunda colada na cara da terceira pessoa, daí o conceito de centopeia… e sim, você pode imaginar como é a forma de alimentação das duas pessoas que tiveram suas bocas coladas no reto alheio…), o médico fica se divertindo em observar sua “criação” andando de um lado para o outro.Se você for uma daquelas pessoas que não se sentiu incomodado assistindo Two Girls One Cup, talvez A Centopeia Humana não vai ter a menor graça, exceto se você for um sujeito extremamente complexado e que se divirta com torturas macabras. Agora… se você for parte da maioria que foi incapaz de manter os olhos abertos enquanto as duas meninas do vídeo citado se “alimentavam”, talvez esse seja aquele filme que vai te deixar em jejum por muito tempo. Cuidado!
uma imagem vale por mil palavras: duvido que exista crítica mais explícita desse filme do que essa imagem.