Sadismo é a palavra que melhor define o ator/roteirista/diretor Eli Roth. Em seu primeiro filme, poucos anos antes de produzir O Albergue, o cara conseguiu fazer sua homenagem aos filmes de terror clássicos dos anos 70 e 80. A Cabana do Inferno tem citações de Uma Noite Alucinante (Sam Raimi) e Massacre da Serra elétrica. Usando de cenas clichês (temos peitos, putaria, drogas e tudo mais) do gênero e abusando na quantidade sangue, o resultado final é bem agradável. Se é que podemos dizer isso de um filme cujo mote principal é a decomposição da pele dos personagens…
Se for para comparar qual filme é melhor, prefiro mil vezes a saga O Albergue. Ela é fria, real, crua e extremamente violenta. Cabana do Inferno poderia ser melhor sim, mas como parte do cartão de visitas inicial de Roth e da citação de Uma Noite Alucinante, acaba sendo “engraçadinho”. Não acho que um filme de terror é proibido de lançar piadinhas ou tentar fazer o espectador rir, mas algumas coisas beiram o nonsense. Que o diga a cena em que o filho do Hannibal Lecter resolve mostrar seus talentos no kung fu para conseguir comer uma “panqueca” envenenada.
Eli Roth também mostrou ser influenciado por Steven Spielberg e seu Tubarão. O motivo é que mesmo com o “vírus” aparecendo desde o começo da história (na verdade, ainda não entendi como é que o cachorro da sequência inicial foi partido ao meio. O roteiro não é lá essas coisas), só no final que ficamos realmente apreensivos e incomodados com o que surge na tela. Não é a quantidade de sangue brotando que incomoda, mas a tensão de imaginar o que vai acontecer. Certeza que a cena em que a ninfomaníaca resolve se depilar com gilete na banheira(sabendo que estava prestes a morrer, decidiu trepar com o amigo do namorado. A depilação veio depois, como um brinde), dá uma sensação horrível.
Recomendo com as três caipirinhas habituais!