Star Trek (2)

De J.J. Abrams. Com: , Zachary Quinto, Karl Urban, Zoe Saldana, John Cho, Anton Yelchin, Simon Pegg, Eric Bana, Bruce Greenwood, Winona Ryder, Ben Cross, Clifton Collins Jr., Jacob Kogan, Tyler Perry, Chris Hemsworth, Deep Roy, Leonard Nimoy e a voz de Majel Barrett.

Star Trek é um filme pra se ver no cinema. Logo na primeira cena, uma batalha interestelar (não chegue em cima da hora, senão a sensação pode ser muito frenética), o nascimento de um dos personagens mais importantes da série e muitos, muitos efeitos especiais.
Não poderíamos esperar nada de diferente vindo do diretor revelação dos últimos tempos J.J. Abrams (o produtor da série fetiche das pessoas desse blog, Lost, diretor do ótimo terceiro Missão: Impossível, e produtor do também sensacional Cloverfield). A ação é desenfreada, os closes rápidos, os movimentos de câmera realçam a aura mítica dos personagens e a história surpreende. O que me parecia a princípio um filme feito simplesmente para Abrams brincar de dirigir, se mostrou um ótimo filme de ação, que confia na atuação do elenco.

Tudo pode parecer confuso a princípio (Abrams tem mania de flashbacks e voltas no tempo né?) mas a forma como as coisas de resolvem e se explicam é sensacional! Ponto pros roteiristas, que com uma dose certa de cara de pau optaram por não fazer um simples Star Trek: Begins, mas que com uma idéia bem original, conseguiram incluir um filme que trata da constituição daquela que seria a frota mais importante da Enteprise sem excluir os outros (tantos) longas.
Por falar nisso, eu também me surpreendi com o elenco: tendo em sua maioria atores jovens (com exceção de Winona Ryder e Simon Pegg, que fazem pequenas participações), o elenco é muito talentoso e realmente convincente, conseguindo criar personagens de fato “humanos” (nem sempre no sentido literal da palavra!), o que deve ter deixado os fãs da série bem satisfeitos (o que não é meu caso, nem a “mãozinha” eu sei fazer direito).
Zoe Saldana é inteligente e sensível como a Uhura (a cena em que ela conversa com Spock no elevador é emocionante); Leonard Nimoy encarna os conflitos de Spock com veracidade (não há como agir de acordo com a lógica o tempo todo, e isso fica claro em cena); mas o destaque fica mesmo para Chris Pine como Kirk: impulsivo, estrategista, inteligente, autoconfiante e galanteador: tudo para ser um personagem chato e cansativo, mas que ganha contornos bem mais interessantes devido à sensilibidade do ator. Ele pensa nas mínimas expressões corporais e também convence como protagonista de filme de ação! Tem futuro o rapaz.

Chris Pine: o novo galã de hollywood?

Em alguns momentos a história fica pouco convincente (a coincidência de Kirk ao cair naquele planeta, ou a facilidade com que tira Spock do sério para assumir a nave soa forçada), mas nada que comprometa o resultado final.

Abrams sabe que queremos um filme de ação bem feito e que ainda respeite a série e tudo o que ela representa para seus fãs. E consegue fazê-lo. Recomendo!