(5×2) de François Ozon. Com: Valeria Bruni Tedeschi e Stéphanie Freiss.
çois Ozon, quer desmitificar o amor, ou melhor, esta insitência que todos temos em amar, em prosseguir neste intento de ser feliz em função deste sentimento, e como não conseguimos deixar de acreditar que isto é possivel. É a história de um casal, Marion (Valeria Bruni Tedeschi) e Gilles (Stéphanie Freiss), contada de trás para frente, em cinco momentos, do divórcio, até o momento em que se apaixonam. Com isto, o tom é sempre de desilusão, pois se vemos um momento de felicidade do casal, sabemos que isto não vai durar para sempre, e nos pergutamos: “Qual a finalidade disso tudo?”.
É uma visão desiludida do amor, e das expectativas que temos em relação a pessoa amada, sempre frustadas com o passar do tempo. Toda tentativa de amar, de (re)começar um relacionamento, está ligada a uma espécide de esperança, cega, porém certa de que “desta vez pode dar certo”. E a forma como Ozon expõe isso é muito interessante e particular, mostrando, através destes “tempos”, não uma história de amor, mas sobre o amor. Outro detalhe notável é a trilha sonora, repleta de músicas inusitadas, e características de cada momento vivido pelo casal.
Ao final do filme, temos uma cena cuja composição é de um primor admirável, o que, ajuda no fim das contas, a sintetizar essa nossa relação com o amor: sabemos dos riscos que corremos ao nos expor totalmente e nos lançarmos em uma nova empreitada amorosa por assim dizer. Mas ainda assim, não poderíamos viver sem essa sensação de que somos felizes e que precisamos de alguém; e de que essa pessoa é tudo que procurávamos, mesmo que não isso seja eterno: que seja ao menos eterno enquanto dure (que piegas isso meu Deus!!).