Se todas as histórias românticas envolvessem personagens tão únicos como os interpretados por Christian Slater e Patrícia Arquette, ninguém iria acusar-las de serem clichês e altamente previsíveis. Mas já que uma garota de programa (ou acompanhante, como ela preferere) e um empregado de uma loja de gibis velhos não são exatamente o modelo padrão de um relacionamento hollywoodiano, só mesmo alguém como Quentin Tarantino poderia ser o responsável por criar uma história assim. E ele faz um bom trabalho, ou pelo menos tenta, já que Tony Scott é o diretor e responsável pelo resultado final da produção.
Tarantino escreveu uma história que faz muitos contatos com a sua própria vida: na época que escrevia o roteiro, ele trabalhava numa vídeolocadora e assim como seu personagem principal, ele é um grande fã de filmes orientais e hq’s. Ao vender os direitos de Amor à Queima Roupa, conseguiu levantar o dinheiro para arcar com Cães de Aluguel. As principais características do diretor/roteirista já estão presentes no roteiro: referências do mundo pop (além de fã de hq’s e cinema oriental, o personagem de Christian Slater é FANÁTICO por Elvis Presley), violência explícita, surras exageradas e claro, diálogos ácidos.
O elenco conta com nomes como Denis Hopper, Samuel L. Jackson, Gary Oldman (em uma genial atuação como um Axl Rose desfigurado e com dreads locks), Val Kilmer (ainda estou me perguntando onde ele estava…) e Christopher Walken. Todos aparecem e somem rapidamente, deixando a ação por conta da versão moderna de Bonnie e Clyde.
Aliás, eu não cheguei a comentar sobre o que é a história, não é mesmo? Não irei fazer isso. Amor à Queima Roupa é uma boa diversão e um excelente romance distorcido. Pode chegar a cansar depois de um tempo, mas se você for fã do Quentin Tarantino, é imperdível. Ou não.
3 caipirinhassss