ATENÇÃO! Esta resenha pode conter spoilers e linguagem de baixo calão!
BASEADO NO LIVRO HOMÔNIMO de Elizabeth McNeill, o filme conta a história de Elizabeth (Kim Basinger / Batman e Celular – Um Grito de Socorro), uma mulher recém-divorciada, tímida e entediada com o trabalho numa galeria de arte, cuja vida (pelo menos a sexual) muda quando ela conhece John (Mickey Rourke / Homem de Ferro 2 e O Lutador), um homem misterioso que trabalha em Wall Street. Tão logo os dois começam a se encontrar, começam os “sex games”, que envolvem os limites de Elizabeth, seja de raiva, de alegria, mas principalmente de prazer. Vale ressaltar que ao longo da história, John evita saber da vida pessoal de Elizabeth e também que ela saiba da sua. Ou seja, a relação dos dois é baseada apenas em erotismo e exibições. E, de uma forma ou de outra, John sempre consegue que Elizabeth faça o que ele quer, mesmo que isso envolva “ultrapassar os limites” dela, indo muitas vezes até contra sua vontade.
Os jogos envolvem desde strip-tease, brincadeiras com venda e gelo, passando pela clássica cena da comida, onde John pede que Elizabeth sente em frente a geladeira e feche os olhos enquanto ele a faz provar todas as comidas da geladeira, ao mesmo tempo que a lambuza com as mesmas (cena que já foi satirizada e/ou reproduzida algumas vezes), masturbação ou sexo em público, Elizabeth veste-se de homem, até jogos envolvendo estranhos. Nesse último, ela chega a seu limite e repensa a relação
O que ficou bem marcante nesse filme pra mim foi justamente a questão dos limites: qual(is) o(s) limite(s) do prazer? Aliás, até onde o prazer de um invade o prazer do outro? O personagem de Rourke se excitava instigando a personagem de Basinger até que ela chegasse, ou melhor, ultrapassasse, algum limite. Mesmo que isso fosse incômodo pra ela, mesmo que fosse contra a vontade dela, o que fica muito evidente na cena que ela faz com que ela engatinhe enquanto ele joga dinheiro no chão e a chama de puta. A falta de intimidade (se é que se pode usar essa palavra) do casal e os excessos de John fazem com que a relação dure apenas 9 semanas e ½ de amor… Sim, de amor. É um filme erótico, que exala tesão (também, com a Kim Basinger toda em cima e o Mickey Rourke uma DELICINHA fica difícil não exalar tesão, minha gente), desses que seus pais não te deixavam ver em hipótese alguma quando passava depois da novela ou no Corujão (isso supondo que você tem entre 20 e 30 anos), mas é também um filme de amor, por que não? Afinal, não é o amor também uma relação cheia de limites e quebra dos mesmos? O amor não envolve prazer e jogos de interesses? Então o amor não é um jogo?
Cotação: de amor pra esse filme.
Curiosidades que ninguém quer ler:
1. Esta resenha foi escrita ao som de, dentre outras, Leif Erikson, do Interpol.
2. Como diz minha vó: “a velhice é uma merda”:
3. Só pra manifestar minha frustração e não-aceitação do fato de que é o mesmo homem nessas duas fotos:
Nome Original: 9½ Weeks
Produção: Mark Damon
Sidney Kimmel
Zalman King
Roteiro: Sarah Kernochan
Zalman King
Elenco: Mickey Rourke
Kim Basinger
Lançamento: Fevereiro/1986