No dia 18 de janeiro, chega aos cinemas brasileiros Sobreviventes: Depois do Terremoto com distribuição pela Paris Filmes.
A obra conta como um terremoto em Seul foi responsável por deixar toda a Coreia do Sul e fazer com que os sobreviventes achassem formas de reter recursos e procurar maneiras de continuar vivos.
Na história, temos apenas o apartamento de Hwanggoong, o único lugar que permaneceu de pé após o terremoto. Conhecemos Myeong-Hwa e sua esposa enfermeira Min-Sung. Durante a obra, vemos como o protagonista Myeong passa por dificuldades para conseguir alimentos, roupas e, principalmente, tentar vencer o caos que é viver após a passagem do terremoto.
O filme ainda aborda um importante assunto: a chegada dos “estrangeiros” ou residentes temporários, nos quais a população busca o único lugar capaz de oferecer abrigo. Aqui temos a questão de como a humanidade sempre prioriza a si própria e seus interesses; governos e corporações, em certo momento, estabelecem uma lei que impede que essas pessoas que não moram no prédio sejam convidadas a se retirar, buscando uma nova forma de sobreviver, causando mais caos e brigas dentro da própria comunidade. Esse pequeno recorte apresentado no longa mostra como estamos cada vez mais mesquinhos e menos empáticos uns com os outros. É preciso gerar uma revolução dessas pessoas, com tentativas de invadir e tomar o espaço. Sem dúvida, isso é um ponto que chama a atenção na obra.
Temos outros personagens que se destacam por justamente ter empatia e se preocupar com o próximo, como Young-Talk. Em suas primeiras cenas, vemos como ele se atira em meio ao fogo e mobiliza pessoas para salvar o máximo de pessoas no prédio. A relação dele com Myeong e os dois ajuda nessa luta por resistência e resiliência.
Talvez um ponto em que o filme deixa a desejar seja sua longa duração; poderia reduzir bastante algumas cenas e focar em mostrar mais da tragédia. Muitas vezes, o ritmo meio lento pode causar estranheza e até sono.
Sobreviventes: Depois do Terremoto é um bom filme, mas muito nichado, principalmente para seu público. Para quem gosta de filmes coreanos, é um prato cheio, com boas atuações e problemas que, de fato, acontecem na Coreia. No entanto, para quem não é fã da cultura, pode sentir uma certa resistência em encarar a obra.