Crítica de Guerra Civil – O Filme Mais Intenso de 2024 ou Apenas um Grande Clickbait?
Guerra Civil, de Alex Garland, chegou com tudo, dividindo opiniões e garantindo que você saia do cinema se sentindo um sobrevivente de guerra. E olha, a experiência é tensa. Se você estava achando que esse seria apenas mais um filme sobre conflitos políticos, prepare-se para um verdadeiro soco no estômago. Agora, a pergunta que não quer calar: Guerra Civil entrega tudo isso ou só tenta chocar à toa?
Fotojornalismo e o Apocalipse
A história acompanha um grupo de fotojornalistas viajando por uma América dilacerada por uma guerra civil. O filme nos joga no meio do caos, mostrando um país onde a verdade é perigosa, e quem a documenta é um alvo. Kirsten Dunst lidera o elenco como Lee, uma fotógrafa experiente que já viu de tudo e está emocionalmente destruída pelo que testemunhou. Ela é, basicamente, a personificação do termo “depression-era photography”, recusando-se a levar a jovem Jess (Cailee Spaeny) em sua jornada suicida.
O que Garland faz de genial aqui é mostrar como a guerra é vista por aqueles que a registram. Existe uma sensação desconfortante de que os jornalistas são ao mesmo tempo espectadores e participantes, e a busca por capturar o momento perfeito vira uma competição mortal. A cena dos fotojornalistas tentando fotografar as últimas palavras do presidente antes dele cair é basicamente um Instagram challenge macabro – #LastWordsOrBust.
Partidarismo e a Roleta Russa Ideológica
Em um mundo tão polarizado quanto o nosso, perguntar “Que tipo de americano você é?” é mais perigoso do que brincar de roleta russa com todas as câmaras carregadas. E isso é literal no filme. Jesse Plemons aparece rapidamente, mas seu papel como um soldado psicopata é inesquecível. O cara simplesmente decide se você merece viver ou morrer baseado em sua resposta. “Ah, sou de Hong Kong”? Pá! Adeus. Essa cena é de gelar a espinha e se torna um dos momentos mais impactantes do filme.
Porém, Guerra Civil não toma lados fáceis. Diferente de outros filmes que caem na armadilha de glamourizar um lado ou demonizar o outro, Alex Garland escolhe uma abordagem mais fria e imparcial. Aqui, não existem mocinhos ou vilões definitivos, apenas sobreviventes tentando encontrar um sentido no caos.
Um Wagner Moura Diferente de Tudo o Que Você Viu
Se você está acostumado a ver Wagner Moura como o durão Capitão Nascimento ou o manipulador Pablo Escobar, seu personagem em Guerra Civil pode ser um choque. Joel é um jornalista extrovertido, quase irresponsável, que tenta lidar com a situação de maneira completamente diferente de Lee. Enquanto ela se fecha e se protege emocionalmente, ele mergulha de cabeça, sem medo de quebrar regras. Ah, e para os conservadores de plantão: sim, tem cena dele fumando um baseado. Isso já está fazendo algumas cabeças explodirem por aí.
Experiência Sensorial e a Guerra Como Nunca Vista
Se você está procurando um filme para assistir num primeiro encontro, talvez Guerra Civil não seja a melhor escolha (a menos que você queira testar a resiliência emocional da pessoa). O terceiro ato é um dos mais tensos que eu já vi no cinema recentemente. Você sente cada explosão, cada tiro, e se pergunta o tempo todo se os personagens vão conseguir sair vivos dessa. Garland transforma a tela do cinema em um campo de batalha, onde o espectador não tem para onde fugir.
Um Filme Que Fica na Sua Cabeça
No fim das contas, Guerra Civil é um daqueles filmes que te deixam sem fôlego e te fazem pensar por dias. Não importa se você amou ou odiou, uma coisa é certa: você não vai esquecê-lo tão cedo. Agora me conta, você viu Guerra Civil? O que achou? Deixa seu comentário aí e até a próxima!