Novo longa protagonizado por Haley Bennett (A Garota no Trem, 2016), e baseado no livro “The Widow Clicquot: The Story of a Champagne Empire and the Woman Who Ruled It”, conta a história real de Barbe-Nicole Ponsardin, uma jovem viúva de 27 anos que, após a morte do marido, assume a vinícola que mantinham juntos. Desafiando as normas do século XIX, ela revolucionou a indústria de Champagne após passar a conduzir a empresa e se tornar uma das primeiras empresárias do ramo no mundo, gerando a marca Veuve Clicquot, uma das mais premiadas do setor e proeminente até os dias de hoje, 250 anos depois.
Com uma estética bem trabalhada, a fotografia consegue trazer o expectador para dentro da história contada, nas belas vinícolas francesas. Junto à isso, as atuações competentes da protagonista, ao lado dos bons coadjuvantes Tom Sturridge, como o falecido marido François Clicquot, Sam Riley, como o distribuidor de vinhos Louis Bohne e Ben Miles, como o pai de François, trazem vida à história nas telonas.
Por sua vez, o roteiro não consegue acompanhar a mesma qualidade da fotografia e das atuações, além de precisar de correr para contar toda a história em apenas 90 minutos. A história é contada por meio de intercalações entre o momento “atual” da narrativa e flashbacks, da história de Barbe e François. Essas idas e voltas, por vezes, são feitas de forma a permitir uma melhor compreensão dos acontecimentos e decisões do presente da história. Porém, na maior parte das vezes, a escolha da montagem não contribui com essa compreensão e torna cansativos e despropositados tantos flashbacks. A curta duração também não permite um desenvolvimento mais aprofundado da história tão revolucionária dessa mulher icônica.
“A Viúva Clicquot” é um filme que é competente, mas não consegue fazer jus à história real que o inspirou. Sem dúvida, porém, acerta ao trazer luz à uma personalidade tão revolucionária quanto à de Barbe-Nicole Ponsardin: viúva, mãe, empresária, inventora e criadora de um império.