O texto a seguir possui spoilers e foi escrito após uma longa sessão etílica, na qual um grupo de pessoas defendia a franquia de Piratas do Caribe e a outra parte detonava. Não vai ser difícil descobrir a qual desses grupos eu pertencia…
Uma dica, caro leitor. Se você estiver interessado em encontrar um filme que seja capaz de causar emoção, risos e sono (!!!), saiba que Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas pode ser a solução para os seus problemas. A quarta aventura do pirata Jack Sparrow (Johnny Depp) consegue a proeza de ser pior que o terceiro filme, mas mesmo assim consegue arrancar alguns sorrisos. Com muito esforço.
Perguntei para a minha querida amiga Nathália Pandeló, sobre a melhor forma de escrever um comentário sobre esse reinicio da franquia da Disney e ela me sugeriu o seguinte: “O ponto alto foi a participação especial de Keith Richards. Keira Knightley e Orlando Bloom não fizeram a menor falta (óbvio). Depp carrega o filme nas costas, mas fica num lenga-lenga repetindo a mesma fórmula. Ian McShane foi mal aproveitado. Penélope Cruz tortura o inglês… Mas é um filme divertido, que passa rápido e consegue entreter.“
Ok. Que a franquia consegue ser divertida, tudo bem, não estou discordando, mas… eu dormi enquanto assistia o filme. NO CINEMA. Não é algo simples de acontecer, mas eu cheguei a roncar, pelo que disseram. E mesmo assim, não tive problema para entender o que se passava na história, que era tão didática, que me senti como se tivesse meus cinco anos de idade e estivesse prestes a aprender o que acontece se jogarmos um equipamento eletrônico dentro de uma banheira. O roteiro do filme é extremamente descritivo e isso não é algo para se elogiar, especialmente quando existem buracos enormes na história, como a origem da profecia. Cara, até no Harry Potter as profecias tem suas origens explicadas, então, AJUDA AÍ, DISNEY!
Gostei do Keith Richards, claro, ele é o guitarrista dos Rolling Stones e fica pagando de ator como o pai de Jack Sparrow. Richards praticamente é o Jack Sparrow da vida real, ora bolas. Quem melhor que ele para marcar presença na história? MASSSSSS… O que diabos foi aquela aparição? Aliás, por qual motivo o Jack Sparrow passa por tantas alucinações? Ele ficou louco? Ou é algum detalhe que eu perdi ou esqueci dos filmes anteriores? Ficou uma coisa meio Uma Mente Brilhante, sabe? Todo mundo sabe que o Sparrow é meio tan-tan, mas será que ele não bate bem das cacholas mais?

A única coisa que a Penélope Cruz tortura é o meu coração. Vai ser linda assim lá na casa da Kate Winslet, viu? Uau. Confesso que tive o meu momento indefinição sexual, quando senti atração por ela fantasiada de Jack Sparrow. Depois de umas garrafas de rum, eu não pensaria duas vezes em partir para cima daquela criatura graciosamente desastrada. Mas convenhamos, que personagem chata, hein?

Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas é apenas a repetição daquilo que já assistimos antes, mas que vem em uma embalagem diferente para enganar os desavisados. Que o filme tem seus momentos bons? Sim, ele tem (exemplo maior é a fuga desmiolada no começo da história – como não rir daquilo, mesmo sabendo exatamente como tudo vai acontecer?). Mas existe um total lapso de inteligência e originalidade. Isso acaba transformando o filme em um entretenimento vazio e descartável, daqueles que não se tira nada de positivo e que ainda te faz se arrepender de ter perdido quase duas horas de sua vida em algo que você já sabia que estava com a validade vencida…