Paranoid Park

de Gus Van Sant. Com: Gabe Nevins, Daniel Liu, Taylor Momsen.É notável a atração que o universo adolescente exerce sobre Gus Van Sant. Em seus últimos trabalhos, Elefante e Últimos Dias, percebe-se sua intenção de retratar a solidão, e até um certo niilismo experimentado por esses jovens: apesar de tudo que sua vida lhes oferece, o tédio, a solidão e a falta de perspectiva tomam conta de suas vidas, o que sempre vem acompanhado de situações limite na abordagem de Van Saint, e este seu atual trabalho não foge à regra dos anteriores.

 


O filme conta a história de Alex, um garoto de 17 anos, que ao passar a freqüentar uma pista chamada Paranoid Park, passa também a ficar cada vez mais envolvido no mundo do skateboard que tanto admira, e por uma fatalidade, acaba envolvido também em um crime. A narrativa a princípio é fragmentada, assim como as memórias e impressões do garoto a respeito do acontecido: não é fácil assimilar o fato, afinal ele é apenas um jovem de 17 anos cuja relação com os pais e com a namorada não oferece um respaldo suficiente para que possa compartilhar o que sente.

Como válvula de escape, ele decide então escrever uma carta, onde narra todo o acontecido. Os fatos são retomados e os detalhes revelados.


­­­­­­­­­­­­­­Choque, apreensão, dúvidas, fuga dos fatos: é muito eficiente a forma com que Van Sant estabelece uma aproximação entre o espectador e o personagem, pois sabemos de seus sonhos, das suas pretensões sem que haja um julgamento sobre a atitude do garoto. O tema da solidão no mundo adolescente e necessidade de uma válvula de escape para isso, também já pode ser visto nos seus últimos filmes e é novamente muito bem explorado em Paranoid Park, mais um ponto positivo na trajetória de Gus Van Sant.