
O filme conta a história de Alex, um garoto de 17 anos, que ao passar a freqüentar uma pista chamada Paranoid Park, passa também a ficar cada vez mais envolvido no mundo do skateboard que tanto admira, e por uma fatalidade, acaba envolvido também em um crime. A narrativa a princípio é fragmentada, assim como as memórias e impressões do garoto a respeito do acontecido: não é fácil assimilar o fato, afinal ele é apenas um jovem de 17 anos cuja relação com os pais e com a namorada não oferece um respaldo suficiente para que possa compartilhar o que sente.
Como válvula de escape, ele decide então escrever uma carta, onde narra todo o acontecido. Os fatos são retomados e os detalhes revelados.
Choque, apreensão, dúvidas, fuga dos fatos: é muito eficiente a forma com que Van Sant estabelece uma aproximação entre o espectador e o personagem, pois sabemos de seus sonhos, das suas pretensões sem que haja um julgamento sobre a atitude do garoto. O tema da solidão no mundo adolescente e necessidade de uma válvula de escape para isso, também já pode ser visto nos seus últimos filmes e é novamente muito bem explorado em Paranoid Park, mais um ponto positivo na trajetória de Gus Van Sant.