Jason Statham e Sylvester Stallone conseguiram uma façanha: ser tão ruim (ou pior) que O Som da Liberdade. Mas eles precisaram se esforçar MUITO para conseguir isso. Muito mesmo. Os Mercenários 4 (The Expendables 4, Scott Waugh, 2023) é um dos piores filmes do ano sem a menor dúvida.
É decepcionante quando uma série começa a mostrar uma completa falta de pudor moral. Claramente é uma obra medíocre, com um roteiro estúpido, uma narrativa sem graça, direção preguiçosa e atores no piloto automático. Na quarta entrada de Os Mercenários, a equipe enfrenta um traficante de armas e seu exército.
A impressão é que Stallone tentou se aproximar da falta de noção de Velozes e Furiosos, mas a diferença é que Vin Diesel é um nome mais atrativo no mercado atualmente. Além de criar uma relação de cumplicidade com seu público, Velozes e Furiosos pelo menos consegue divertir com suas loucuras. Isso não acontece aqui. Logo, se em um filme de ação, você não tem grandes atributos, é de se imaginar o grande fiasco, certo?
A ideia da transição entre jovens e veteranos já não tinha dado muito certo no terceiro filme. Em Mercenários 4 consegue ser ainda pior. A falta de carisma e espaço contribuem bastante para transformar os rostos novos em piadas sem graça. Nem mesmo Statham pegando o bastão de Stallone para prosseguir com novos filmes é interessante. Isso porque a criação desse universo era muito baseada no seu protagonista. Por mais talentoso e carismático que seja, Statham não tem a força (dentro do universo desses filmes) para dar conta do recado sozinho.
No elenco ainda temos a participação especial de Megan Fox, que poderia ter se poupado dessa. Sua personagem sofre do mesmo mal de todos os outros: uma completa falta de propósito que contamina os espectadores com uma preguiça interminável. Dolph Lundgren está lá mais como um figurante do que qualquer outra coisa. E é uma pena, já que seu personagem era um dos mais divertidos. Iko Uwais é o vilão e seu talento fica perdido. Como um dos grandes nomes do cinema de ação, entendo a importância de atuar em uma grande franquia e apresentar seu nome para mais pessoas, mas fora isso, meu Deus do céu. Prefiro poupar você de saber o que penso do Andy Garcia aqui.
Que os devotos exorcizem a ideia de continuar com a franquia. A ideia era boa, mas não deu certo, gente. Paciência. Foi, no máximo, divertido ver Chuck Norris, JCVD, Wesley Snipes, Bruce Willis, Arnold Schwarzenegger juntos. Lendas dos anos 80/90, definitivamente, possuem ZERO apelo atualmente. O jeito é se contentar com Velozes e Furiosos. É o que tem para hoje.