Os Mercenários

Um grupo de mercenários recebe a missão de matar um terrorista na América do Sul. Para isso recebem a ajuda da filha do vilão. O problema é que essa é uma missão suicida e que dificilmente os mercenários vão conseguir escapar vivos.
Essa seria a sinopse mais direta de Os Mercenários, o filme mais macho de 2010. Dirigido, roteirizado e estrelado por Sylvester Stallone e contando com o elenco dos sonhos de todos os fãs de clássicos oitentistas como Rambo, Comando Para Matar ou Duro de Matar, o resultado é apenas divertido. Uma boa dose de testosterona cinematográfico para alegria dos fãs do gênero. Pelo menos nesse aspecto a produção consegue cumprir sua missão. E muito bem, diga-se de passagem. Afinal de contas ninguém (normal) vai assistir um filme desses esperando alguma coisa séria, não é verdade?
O único momento inspirado acontece dentro de uma igreja. O tão aguardado encontro de Bruce Willis, Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone (que poderia ter acontecido em uma das versões de Bastardos Inglórios de Quentin Tarantino) protagonizam uma das cenas mais marcantes na história dos filmes de ação (e nem mesmo precisaram trocar tiros para isso). Apenas por essa breve sequência, Os Mercenários já vale a pena.
Como muitos devem saber, algumas cenas da produção foram gravadas no Brasil. Isso rendeu uma boa polêmica durante uma convenção de quadrinhos, quando Stallone fez duras críticas ao país dizendo: “que podia explodir tudo e o povo agradeceria oferecendo macacos de brinde”. Se ele gostou ou não do país não importa muito, mas tenho certeza de que gostou da atriz brasileira Giselle Itié (que ganhou a vaga depois da desistência de Cleo Pires). Quem não gostaria, sendo norte-americano ou não?
Destaque para a atuação de Mickey Rourke (tinha que ter um ator de respeito no elenco) e Jason Statham (personagem muito carismático, embora tenha sido ridiculo incluir um romance na sua história). Até mesmo Dolph Lundgren consegue ir bem como um mercenário delinquente e mentalmente instável.
Os Mercenários é uma homenagem aos filmes de ação dos anos 80 e seus grandes astros. Uma pena que Steven Seagal e Jean Claude Van-Damme tenham recusado participar da produção. Se tivessem topado, Stallone teria conseguido um retrato completo do que foi a época dourada das explosões e tiros gratuitos. Talvez o melhor fique para uma eventual sequência. Tudo é possível em Hollywood.