De Joe Wright, com Jamie Foxx, Robert Downey Jr., Catherine Keener, Tom Hollander e Lisa Gay Hamilton, de 2009.
Sabe aqueles filmes em que você fica um tanto perplexo com a atuação de um personagem? Jamie Foxx me deixou assim. Talvez eu esteja confundindo surpresa com incômodo. Nathaniel Ayers, a quem ele interpreta, é um músico sem-teto. Mais do que um talento ambulante, ele é esquizofrênico. E Foxx consegue fazer dessa mistura algo chocante.
Baseado numa história real, O Solista retrata a vida de Nathaniel Ayers, um músico talentoso que consegue estudar na famosa escola Juilliard, porém sua esquizofrenia toma proporções gigantescas. Assim, ele vai para as ruas, e, enquanto toca um violino – que, detalhe, só tem duas cordas – aos pés da estátua de Beethoven, Steve Lopez (Robert Downey Jr.) encontra uma matéria para seu jornal. Muito interessado na história, o jornalista tenta contato com Ayers, faz de tudo para tirá-lo das ruas e fazê-lo se apresentar novamente, e até consegue com que ele ganhe um violoncelo, seu primeiro instrumento. Ele só não percebe, entretanto, que está cultivando uma amizade e se tornando uma pessoa – ou até mesmo um deus – para Nathaniel.
O filme é bem interessante. É quase surreal, além de triste, querer que acreditemos que um músico com tamanho talento vá parar nas ruas. Sua relação com o jornalista Steve Lopez e com o mundo à sua volta, mas principalmente com a música, é emocionante. Jamie Foxx consegue se entregar ao papel tão intensamente que não há mais um ator ali. É ele, Nathaniel Ayers, sendo ele mesmo.
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