O CINEMA DE AÇÃO SOFRE MUITO COM PRODUÇÕES MUSCULOSAS e sem cérebro. Filmes ruins são uma realidade da indústria, claro. Não se trata de um problema com um gênero específico, mas é chato quando um filme de ação tenta se resumir a porradaria ou tiros sem sentido.
Em O Rei dos Assassinos (King of Killers, Kevin Grevioux, 2023), longa disponível no Amazon Prime, temos uma versão adulta de Jogos Voraz com matadores profissionais entre os participantes. Todos são reunidos para exterminar um dos Assassinos mais lendários em atividade. O problema é que eles talvez não estejam realmente preparados para vencer o jogo de xadrez elaborado pelo grande mestre-supra-sumo das Mortes.
É imensamente frustrante quando um roteiro se torna previsível, como é o caso. Até mesmo pela escalação de Frank Grillo, nome mais famoso da produção, era de se esperar a grande revelação dele ser o tal assassino. Pelo menos, o roteiro não tenta adiar muito a revelação e deixa claro rapidamente quem é o sujeito que só aparece por transmissão de vídeo e contratou todos aqueles assassinos para exterminar o maior de todos.
Outros momentos também ajudam a antecipar o que virá, como os conflitos entre o protagonista e um matador gigante com corte undercut e cara de poucos amigos. Óbvio que ele se revelaria como um inimigo também. O Rei dos Assassinos não se esforça nada para fugir dos clichês e estereótipos. O que é uma pena. As coreografias das lutas também chama pouca atenção, especialmente por uma direção de fotografia confusa que mais atrapalha do que ajuda na hora de entender o que está acontecendo. Isso sem falar na total falta de propósito de certas escolhas técnicas.
A premissa já havia aparecido no divertido Killing Gunther, de 2017. Na ocasião, o grande assassino era vivido por Arnold Schwarzenegger. É uma comédia muito divertida e capaz de brincar com sua falta de noção. Faltou para O Rei dos Assassinos levar adiante esse tom mais leve para reconhecer a própria galhofa.
Ah, claro.
O longa é pretensioso ao ponto de preferir abraçar as possibilidades de uma continuação ao invés de concluir seus arcos de forma satisfatória. A revelação final, quando o personagem de Grillo revela que pretende criar um grupo de matadores para exterminar com os verdadeiros vilões, é um tanto boba. Piora quando cria uma reviravolta para mostrar que o mentor do protagonista era o responsável pela morte de sua esposa. Tudo pelas continuações, certo?
Apesar dos problemas narrativos e uma estrutura um pouco confusa nos minutos iniciais, não se trata de uma obra ruim. Os fãs de filmes de ação podem se divertir bastante, especialmente se tiverem exigências baixas.