O cinema nacional luta para conquistar seu espaço no coração dos brasileiros. Filmes como Central do Brasil, Cidade de Deus e Tropa de Elite, que chamaram a atenção dos gringos para cá, fizeram o serviço inicial de abrir as mentes brasucas. Tem muita coisa boa acontecendo por aqui, e muita gente brigando por isso. Selton Mello, na minha humilde opinião, é hoje um dos melhores atores do cinema brasileiro. O Auto da Compadecida, Lavoura Arcaica, Caramuru, Meu Nome Não é Johnny, e são só alguns exemplos.
O Cheiro do Ralo conta a história de Lourenço, um cara que compra qualquer coisa que lhe desperte algum interesse. Desde uma perna mecânica até um olho, para montar seu pai. Selton Mello constrói um personagem interessantíssimo. Frio, metódico, insensível e narcisista. Sua maior preocupação é que as pessoas não pensem que o cheiro do escritório vem dele. Vem do ralo. Fora isso, vive num mundo dele, alheio ao “real”, com critérios misteriosos e valores idem.
Não dá para falar muito sem soltar algum detalhe essencial da história. O filme, apesar de ser considerado cult (e que esteja claro que isso não é um defeito), deu uma nova guinada ao cinema nacional. Recomendo demais! Selton Mello entrou tanto no personagem que fica difícil separar.
Vale 5 caipirinhas.
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