Você já ficou encantado por um filme que de tão simples é extremamente belo e emocionante? Geralmente estas são características das animações da Pixar, mas este post é quase uma dica: vejam O Balão Vermelho (Le Ballon Rouge), filme francês de 1956, que poderia perfeitamente se transformar em animação. Mas é um delicioso filme live action de fim de tarde, com poucas falas, quase nada de ação e uma grande dose de fantasia. O diretor Albert Lamorisse ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original na época pelo média metragem.
É a história de um menino que ao invés de um animal de estimação, caminha pelas ruas da cidade acompanhado por seu balão vermelho (o mais bonito que já vi num filme provavelmente). O objeto dá cor à cidade cinza, tem vida própria, segue seu dono, o espera… Mas essa relação de lealdade e de amizade só acontece quando seu pequeno dono o liberta (liberdade e é um dado presente no filme a todo momento).
A trilha sonora tem quase um papel de narrador, acompanhando e se modificando à medida que o filme se desenrola.
Algumas composições de cena belíssimas (a que mais me recordo agora é a do balão em meio à fumaça de um trem), a inocência da criança, a maldade dos pivetes que sem muitos motivos querem roubar o “amigo” do garotinho… E o motim dos balões que parecem reconhecer entre tantos donos aquele que os reconhece quase como seres, que mais do que ar, são repletos de vida!
É nesse clima que se fica depois de assistir O Balão Vermelho. Filme curto, não vai tomar grande parte da sua tarde, mas a satisfação e o retorno à infância são garantidos. É bom relembrar que em determinada época das nossas vidas, a gente realmente acredita que tudo é possível né? E se nostalgia é sinal de velhice, sou um ancião.