Não morra antes de assistir: Cidade dos Sonhos

(Mulholland Drive) de David Lynch. Com: Naomi Watts, Laura Elena Harring, Justin Theroux, Ann Miller, Mark Pellegrino, Robert Foster, Dan Hedaya, Katharine Towne, Lee Grant, James Karen e Vincent Castellanos.

Se estão preparados para histórias loucas, e com supresas surpreendentes (com o perdão da redundância, mas é que isso é algo cada vez mais raro hoje em dia…), vejam Cidade dos Sonhos. O filmasso de David Lynch, conhecido como o diretor doidão, transgressor e por isso às vezes mal compreendido (juro que vou reassistir às três horas de Império dos Sonhos, entender e escrever aqui!!) é um convite a um mundo onde nem tudo faz sentido; pelo menos até os trinta minutos finais.
É a história de Betty (Naomi Watts) que vai até Los Angeles em busca de seu sonho: ser atriz. Ao ficar hospedada em uma pensão onde mora sua tia que não está na cidade percebe que não está sozinha. Rita (Laura Elena Harring) está lá, escondida e desmemoriada desde que sofreu um acidente em Mulholland Drive. As duas passam então a tentar descobrir a origem da moça, e do dinheiro que ela traz consigo, guardado em sua bolsa.
Apesar desta possível sinopse inicial, como estamos falando de Lynch, não se assuste se de repende, a história der uns saltos no tempo, ou se formos apresentados a cenas, a princípio SEM SENTIDO ALGUM (mesmo! achamos que o cara tá louco! mas não está…) como na cena em que um homem é atacado por algo parecido com… o pé grande!!
A atuação de Naomi é suspreendente, e muito importante para que possamos, mesmo depois de saber o que verdadeiramente aquela mulher fez, o que por sua vez deu origem a “história” do filme, compreender e perdoar aquela mulher doentia.
Sim, Cidade dos Sonhos não é um filme fácil, exige uma capacidade meio que de edição por parte do espectador, sendo que é apenas depois do fim do filme que ele organizará tudo em sua cabeça, formando o que de fato aconteceu durante todo o tempo. Temos algumas pistas no caminho (como na cena em que, ao abrir a porta para sua visinha vidente, Betty se apresenta, mesmo que a vidente não queria acreditar que este seja seu verdadeiro nome – isso pra dizer o mínimo e não estragar a surpresa), mas também temos algumas coisas que não podem ser explicadas (pelo menos não por mim).
É um filme para se ver e rever, e fica aqui o convite pro povo do blog e pros possíveis leitores… Filme ótimo pra se discutir e pra conhecer David Lynch. Vejam!!!