Depois de ouvir histórias de rua, Rudy Ray Moore (Eddie Murphy) resolve recontar tudo com piadas sujas e cheias de palavrões, ganhando o sucesso que gostaria. Mas depois de seu sucesso, os seus desejos vão mais além e ele tentará a carreira de cinema sem saber o grande desafio que está por vir. Esse é apenas um pequeno resumo de Meu Nome é Dolemite (2019), lançado em outubro na Netflix.
O diretor Craig Brewer conseguiu mostrar que o seu estilo de dirigir com música é notável. Percebemos que, com esse filme, é a terceira vez que ele acerta. É um longa controverso, já que vai deixar muitos satisfeitos e outros o completo oposto. A linguagem é bem pesada e suja, mas é isso que faz a produção ficar hilária.
Rudy/Dolemite
Depois de tentar vários papéis em estilos totalmente diferentes, chega um personagem tão marcante e memorável que você pensa que Murphy nasceu para ele. O ator consegue colocar todos os seus jeitos de uma forma tão natural, que consegue convencer o público e levá-lo a ter uma empatia pelo personagem. Além de torná-lo engraçado todas as vezes que ele nos tenta tirar algumas risadas!
O melhor ponto do enredo é que toda vez que achamos que algo irá dar errado, Rudy consegue dar a volta por cima com seu fictício Dolemite. Parece impossível, mas mesmo assim torcemos para que tudo tenha um desfecho satisfatório.
Elenco e visual técnico
Os personagens secundários D’urville Martin (Wesley Snipes), Jerry Jones (Keegan-Michael Key) e Lady Reed (Da’vine Joy Randolph) se destacam e fazem jus a cada momento que têm destaque. Todos têm motivações e não parecem somente jogados para completar o roteiro.
A fotografia é bem simples, mas eficaz. A ambientação dos anos 70, as cores vibrantes das roupas e o tom marrom do cenário conseguem mostrar o tipo de estilo que o filme quer seguir: divertido, pesado e sujo.
Veredito
Meu Nome É Dolemite tem um roteiro simples, mas consegue abordar a história tão bem que acerta em todos os aspectos. A comédia acerta no fato de mostrar o que rolava entre os bastidores de Dolemite (1975) e pode até mesmo ser comparado a O Artista Do Desastre (2017), que tenta mostrar como The Room (2003) havia sido feito.
Apesar dos objetivos serem iguais, tudo é feito de maneiras diferente. Os assuntos tratados, como Blaxploitation, a visão de cada etnia sobre piadas feitas por negros e as mensagens, conseguem deixar o filme melhor por se conectarem tão bem no enredo. As chances de concorrer ao Oscar 2020 são bem pequenas, mas não descartáveis.