last christmas uma segunda chance para amar

Last Christmas (Uma Segunda Chance para Amar) – Crítica

Filmes de Natal têm um lugar especial nos nossos corações. Sejam eles de romance, comédia, drama, ação ou terror, eles deixam uma marca na gente. Entre produções marcantes, estão Esqueceram de Mim, Duro de Matar, Batman – O Retorno, O Amor Não Tira Férias, O Grinch, Edward – Mãos de Tesoura e Simplesmente Amor. Este ano, Paul Feig (Um Pequeno Favor, A Espiã que Sabia de Menos, Missão Madrinha de Casamento) trouxe mais um longa ambientado no período: Last Christmas (Uma Segunda Chance para Amar, no Brasil).

Enredo e atores

O filme tinha tudo pra dar certo. Por quê? Porque Emma Thompson escreveu o roteiro, o elenco é formidável e o enredo é, aparentemente, promissor. Aqui, temos Catarina (Emilia Clarke), jovem filha de imigrantes da antiga Iugoslávia, extremamente complicada, e Tom (Henry Goulding), um simpático e otimista rapaz. Com cenário em Londres, a história acompanha o encontro desses dois opostos e as transformações que ele proporciona nas vidas deles e nas pessoas em sua volta.

A receita é a típica receita natalina: personagens carismáticos, um roteiro leve, doce, com pitadas de drama e humor. Acrescenta-se aqui algumas questões atuais, as quais são introduzidas brevemente no enredo, mas muito bem. Uma delas é o Brexit, afinal, Catarina vem de uma família de imigrantes – Thompson interpreta a mãe  – e vive no centro desse movimento político: a Inglaterra. A outra é a orientação sexual, já que sua irmã, Marta (Lydia Leonard), é lésbica, e esconde isso dos pais.

O longa flui tranquilamente, com destaque para as atuações e a química dos atores, especialmente entre Clarke e Goulding. De fato, um casal adorável! Por isso, você consegue se identificar ou, pelo menos, envolver-se com o que Feig nos conta na tela. A trilha sonora regada à George Michael também ajuda bastante. Até hoje “Last Christmas I gave you my heart…” não sai da minha cabeça!

Previsibilidade

O problema de Uma Segunda Chance para Amar é apenas um; só que esse “um” é grave. Pode parecer picuinha dizer que o defeito de uma película é a previsibilidade, mas, neste caso, isso atrapalha. O motivo é simples: descobrir o fim antes dele chegar tira o encantamento quase que todo do roteiro. O trailer em si já mostra demais, uma vez que revela detalhes da protagonista que só são revelados na metade da produção, por exemplo. E isso nos é dado como se fosse para parecer uma surpresa.

Outro detalhe que estraga nossa reação é o fato de já desvendarmos ou suspeitarmos do clímax ainda no primeiro ato. É só prestar atenção nos detalhes que a gente meio que entende o que está acontecendo ali. Então, quando chegamos no terceiro ato, o impacto é consideravelmente menor.

Vale o ingresso?

Last Christmas é um filme extremamente fofo. Isso não se pode negar. Ele nos comove, fazendo-nos rir e chorar em diversos momentos. Além de Thompson, Clarke e Goulding, Michelle Yeoh é outro nome de destaque presente no elenco. No entanto, é difícil não pensar que, se a história fosse menos previsível, o resultado teria sido muito melhor. Talvez o longa até seria lembrado como um dos melhores para se ver no Natal.

Vale o ingresso? Vale. Mas não nos marca como deveria.

O filme entra em cartaz em Portugal hoje. No Brasil, já está sendo exibido desde o último fim de semana.