Joias Brutas – Crítica do Filme

Depois de Bom Comportamento, o status de jovens diretores promissores independentes dos irmãos Benny e Josh Safdie foi elevado ao nível máximo. Afinal, já no segundo filme, eles demonstraram um talento incrível para conduzir histórias rápidas e complexas que misturam gêneros. Também para dirigir atores, famosos e não famosos, tirando a melhor performance de Robert Pattinson no cinema, até agora. Por fim, ainda escrevem e atuam. Tudo isso para dizer que eles conseguiram se superar com Joias Brutas, filme que estreou em janeiro no Brasil, pela Netflix.

Adam Sandler interpreta um vendedor de joias judeu, viciado em apostas. E é o que você precisa saber sobre a sinopse. Os irmãos Safdie repetem toda a dose de adrenalina vista em seu longa anterior. É impressionante a capacidade que ambos têm de transmitir a insanidade das situações absurdas que seus personagens vivem, de maneira realista e fluida no cinema. Não é para qualquer um.

Joias Brutas retrata uma sociedade viciada em dinheiro, tema sério que pode ser discutido e analisado de várias formas. Porém, é também e, principalmente, um puta filme de ação e entretenimento puro, como não se via há muito tempo. Isso não é por acaso, pois existe uma pegada de filmes dos anos 90, década que provavelmente serviu de referência para os diretores. Para se ter uma ideia, em uma cena toca a música “Rain” da Madonna, que faz parte do álbum “Erotica”, de 1992.

Os personagens são bem construídos e beneficiados por um elenco afiadíssimo, que vai de Idina Menzel (a voz original da Elsa, em Frozen) à novata Julia Fox (fiquem de olho nessa atriz!). Mas o grande destaque aqui vai para a impecável interpretação de Sandler. Nunca pensei que escreveria isso porque não o considerava um bom ator, mas o seu trabalho descarta tal hipótese. Uma coisa é fazer filmes ruins; outra coisa é ser um ator ruim. Ele, definitivamente, é um ator de alto nível e fez o melhor papel de sua carreira em Joias Brutas.