A VIDA É BREVE DEMAIS PARA PERDERMOS TEMPO COM LONGAS ANÁLISES SOBRE PRODUÇÕES RUINS COMO A Última Premonição (Visions, 2015), de Kevin Greutert. Mesmo com a consciência de que esse é um daqueles filmes que poucos assistirão e menos pessoas ainda irão se aventurar lendo textos, preciso fazer isso como um serviço do Cinema de Buteco para os nossos leitores.
A Última Premonição conta a história de uma mulher (Isla Fisher) que sofre um acidente de carro com vítima fatal. Enquanto se recupera, a jovem começa a sofrer alucinações e os médicos dizem que é consequência do acidente. Ela se muda para um lugar mais tranquilo, descobre que está grávida e as visões vão ficando cada vez mais fortes.
Quantas vezes nós já vimos essa história de uma garota isolada numa casa e/ou sofrendo com alucinações? Jessabelle é um exemplo recente. Temos o excelente Revelação, de Robert Zemeckis, e assim por diante. A diferença é que geralmente são filmes muito sem graça – exceto Revelação, claro. A Última Premonição é completamente desprovido de emoção e não convence o espectador em momento algum, além de dificultar qualquer relação de interesse com os personagens: são todos chatos pra cacete.
Para um filme de terror com um tema já clichê seria necessário um roteiro inteligente, coisa que o longa-metragem não tem. A revelação “surpreendente” no ato final é risível e toda a sequência do massacre é conduzida sem toque de classe. Quando no mesmo ano tivemos o excelente The Invitation mostrando como é que se mata seus convidados, A Última Premonição soa como uma piada horrível.
Nem mesmo com todo o charme de Isla Fisher, A Última Premonição escapa de ser um dos grandes fiascos da temporada 2016 nos cinemas e recebe com louvor uma vaga na nossa lista de piores filmes do ano. Sem surpresas, sem assustar, sem empolgar e principalmente sem motivar o seu espectador a prestar atenção de verdade na narrativa, o longa é um exercício de paciência e aprendizado sobre o que não fazer quando se escrever uma história sobre premonições: não faça.