Um ano e meio após o sucesso do primeiro filme, chegou a hora de Fábio (Fábio Porchat) e Miá (Miá Mello) voltarem às telonas para mais uma aventura hilária sobre um casal que briga o tempo todo em função de suas diferenças, mas acaba se entendendo no final. Não, não estou dando spoiler, essa é a fórmula da história dos dois; o legal é acompanhar como ela se desenrola. Apesar de Meu Passado Me Condena 2 (Brasil, 2015) não ser tão bom quanto o anterior, não tem como não se divertir com o casal protagonista e os coadjuvantes.
Após o cruzeiro louco de 2013, vemos os dois em plena crise no casamento alguns anos depois. Porém, Fábio aproveita a morte da avó em Portugal como desculpa para eles viajarem e esquecerem os problemas. Obviamente, estes apenas aumentam quando chegam ao velho continente, uma vez que as implicâncias dela permanecem e um encontro com um antigo amor de infância de Fábio pode afetar o seu casamento.
Tenho que admitir que os novos personagens não me agradaram muito no longa Júlia Rezende. Os portugueses Álvaro (Ricardo Pereira) e Ritinha (Mafalda Pinto) são entediantes e nem um pouco interessantes. Ele é machista e grosso, ela é simplesmente sem graça. Só é divertido ver Miá dando umas lições de moral no cara, pois o resto das cenas que eles protagonizam são bem chatas e sempre com o mesmo assunto: ele quer casar e deixá-la cuidando da casa e ela quer ser uma mulher independente. O avô Nuno (Antonio Pedro) é até fofinho, mas não encanta ninguém também.
Quem se destaca de longe são os personagens que conhecemos em Meu Passado Me Condena. Fábio e Miá têm diversas cenas hilárias, sejam juntos ou separados. É claro que ele nos faz rir mais com sua personalidade extrovertida e palhaça, mas como ela é o seu extremo oposto, vê-los brigando é sempre engraçado. Tão engraçado que fica estranho ver uma cena dramática, pois não dá para levá-la a sério em função de Fábio. Isso pode até atrapalhar um pouco nosso envolvimento com a história, do tipo: “Esse cara fica triste?”. Até nos momentos tensos ele faz piada, assim fica difícil acreditar no que você está vendo em alguns momentos. Enfim, é esquisito, mas nós relevamos.
Outro casal quente que chama atenção é Wilson (Marcelo Valle) e Suzana (Inez Viana). Eles são o mesmo caso dos dois personagens principais, mas as provocações deles sempre terminam, bem, em sexo; brigar é uma maneira que eles encontram para criar uma forte atração entre si e isso sempre funciona. E é divertidíssimo assistir! O enredo soube trabalhar bem a relação que eles tinham no filme anterior e repeti-la aqui, só que num contexto diferente: agora, eles são donos de uma funerária na cidade da família de Fábio.
Cabeça (Rafael Queiroga) também está de volta para uma aparição breve, mas desta vez ele é bem figurante mesmo, seu impacto no roteiro é quase que nulo. Tentaram até fazê-lo gostar de Ritinha, mas ficou apenas no ar. Ele é aquele papel que aparece, você fica “olha, ele voltou!” e depois você esquece porque ele não faz mais nada além de algumas caras e bocas.
Enfim, assistir ou não assistir? Meu Passado Me Condena 2 não tem uma história atraente, o fim é bobo, clichê e previsível, e os personagens coadjuvantes novos não conquistam o público. Por outro lado, Fábio e Miá continuam engraçados e as risadas estão garantidas. Temos o famoso caso de continuação que não chega nem perto do original, só que vale o ingresso.