Filme: American Ultra – Armados e Alucinados

American Ultra crítica filme

Imagine um filme de agente secreto, só que insano. Não é 007, Kingsman ou A Espiã Que Sabia Demais, mas uma história sobre um cara lerdo, apaixonado, problemático, que não tem ideia do que faz, mas tem uma capacidade enorme de neutralizar inimigos. American Ultra – Armados e Alucinados (American Ultra, 2015) é uma tentativa divertida e bizarra de criar uma franquia bem diferente sobre espiões.

Mike (Jesse Eisenberg) trabalha em uma loja de conveniência e vive com a namorada Phoebe (Kristen Stewart) há vários anos. Eles são completamente apaixonados um pelo outro e levam uma vida simples na pequena cidade de Liman, na Virginia. Um dia, dois homens são enviados para matar o jovem e ele acaba descobrindo um instinto assassino dentro de si. Instinto que não é necessariamente natural.

O roteiro revela aos poucos como tudo aconteceu, então não dá para explicar tudo aqui sem contar o enredo todo. O que podemos revelar é que o protagonista é muito mais do que um cara qualquer e quem está atrás dele não é a pessoa mais correta do mundo; pelo contrário. Temos uma briga de cão e gato o filme todo, a qual é recheada de cenas hilárias, românticas e sem noção.

O carisma do casal protagonista é bastante claro e a química de Eisenberg e Stewart é ótima. Esses detalhes nos ajudam a identificar com os sentimentos dos seus papéis e a nos envolver com a história. Eles são bem diferentes, mas o amor que sentem é grande e supera tudo; sem contar o que têm em comum, é claro, como as drogas e a paixão por histórias (a narrativa de quadrinhos aparece bastante na tela, especialmente no pós-créditos).

Por outro lado, os coadjuvantes são mais difíceis de agradar, especialmente Yates (Topher Grace). O agente do FBI é um vilão superficial, mesmo que às vezes engraçadinho, irritante demais e sem graça. Não acho que Grace é o único culpado aqui, ele teve um personagem fraco e não conseguiu dar-lhe o pouco de vida que poderia ter tido. Victoria (Connie Britton) teve um papel melhor, mas muito mal explorado.

De maneira geral, American Ultra funciona como uma introdução interessante do que seria uma franquia insana, engraçada e romântica. Ela tem suas falhas no que diz respeito ao vilão e coadjuvantes, mas é uma tentativa bem-sucedida de criar um universo inédito no gênero de espiões. Pena que isso não vai acontecer.

 

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