Era Uma Vez um Gênio

Distribuído pela Paris Filmes, Era Uma Vez Um Gênio estreia no Brasil na quinta-feira, dia primeiro de setembro. O longa é dirigido por George Miller (Mad Max: Estrada da Fúria, 2015) e tem no elenco dois nomes de peso, Tilda Swinton e Idris Elba contando histórias fantásticas em um quarto de hotel na Turquia. 

O filme segue a académica Dr. Alithea Binnie, vivida por Tilda Swinton, em uma viagem à Istambul. Durante um passeio por uma loja de artefatos antigos, ela adquire uma pequena garrafa de vidro e, ao tentar abrir o objeto em seu quarto, acaba por libertar um gênio, interpretado por Idris Elba. A criatura mágica lhe oferece três desejos, mas Alithea os recusa, iniciando assim, uma longa conversa entre os dois. 

O gênio, também chamado de Djin, precisa convencer Alithea a realizar os pedidos para que consiga sua liberdade. Por outro lado, em razão de ser uma especialista em mitologias, a doutora entende as consequências catastróficas, caso os desejos sejam feitos de maneira equivocada. Dessa forma, Djin decide contar para ela sua jornada de três mil anos e todas as aventuras e dificuldades que ele encontrou para chegar até aquele momento.

As histórias que o gênio conta, em parte do tempo, são interessantes e, cada passagem é mostrada em forma de flashback. Em alguns momentos, porém, os personagens descritos por Djin parecem desconectados dos objetivos do gênio e a sua interferência na vida dessas figuras excêntricas não é justificada coerentemente. Sendo assim, por vezes, o ritmo do filme não corresponde a paixão e intensidade que a narrativa tenta transpor. 

O roteiro tenta explorar temáticas ambiciosas como filosofia, psicologia, natureza humana, maldade, amor, amizade, liberdade e solidão. Por vezes, esses assuntos são tratados sutilmente, em outras ocasiões, os conflitos entre Alithea e Djin são explosivos e barulhentos, podendo e pretendendo causar desconforto no público.  Deste modo, cabe a quem está assistindo realizar uma interpretação dos diálogos trocados por eles. 

Era Uma Vez Um Gênio não é um filme fácil, com respostas explícitas e simplificadas. Seu aspecto fantasioso e metafórico lembra filmes como As Aventuras de Pi, que se utilizam de figuras de linguagem, simbologia e representações imaginativas para tocar em questões complexas sobre história e comportamento da humanidade.  É intrigante mas nem sempre cativante