Encontro Explosivo

Ultimamente venho sido acusado de ser um (quase) crítico insensível e até mesmo invejoso (os fãs do Van Damme nunca irão me perdoar). Disseram que ando rabugento demais para conseguir apreciar as coisas simples e clichês da sétima arte ou até mesmo da vida. Depois de amargos comentários sobre filmes como Fúria de Titãs, Karate Kid ou Salt, pensei que estivesse mesmo me tornando uma daquelas pessoas que só consegue ver qualidade em projetos sérios, com diretores renomados ou filmes que agregam capital intelectual. Felizmente descobri que estou longe de me enquadrar nessa tribo perfeccionista e tudo isso aconteceu depois de assistir o delicioso Encontro Explosivo.

Foi um dos filmes mais non-senses e desmiolados que assisti desde 2012, mas que por algum motivo inexplicável conseguiu me conquistar. O filme é dirigido por James Mangold (Identidade) e conta história de encontros/desencontros de um casal improvável. Tom Cruise interpreta Roy Miller, um agente secreto que invade a vida pacata de June (interpretada por Cameron Diaz) e a vira de pernas pro ar enquanto fogem de agentes corruptos da CIA. São várias sequências de ação desenfreada, com destaque a sequência (muito divertida) de luta no avião.

Repetindo a dobradinha de Vanilla Sky, Tom Cruise e Cameron Diaz parecem brincar de atuar durante suas cenas em Encontro Explosivo. Se a atriz se mostra confortável no papel de uma moça simples e com problemas banais, o galã demonstra uma forte veia cômica (chegando a superar sua participação em Trovão Tropical) e faz uma sátira de si mesmo ao apresentar um personagem que pode ser descrito como o Ethan Hunt (de Missão Impossivel) encontrando o amor de sua vida. Imperdível.

São filmes assim que mostram o quanto o cinema pode ser imprevisível. Quem diria que Encontro Explosivo pudesse ser tão divertido assim? São quatro caipirinhas no buteco.