Duplicidade

Duplicidade não é um filme para aqueles que costumam ficar perdidos durante a história e ficam se perguntando “o que diabos está acontecendo?”. São várias idas e vindas ao longo do filme, o que é bem parecida com o que o diretor e roteirista Tony Gilroy fez em Conduta de Risco, seu filme de estreia na direção. A diferença está no clima mais descontraído e romanceado, ao contrário da trama tensa que quase rendeu o Oscar ao ator George Clooney. Mas não é só de um bom roteiro, direção e trilha sonora que Duplicidade merece méritos: o filme conta com atuações inspiradas.

Julia Roberts e Clive Owen já dividiram as telas no já clássico Closer. A química entre o casal se repete agora com ambos interpretando agentes sórdidos e que não hesitam em usar um ao outro para cumprir seus objetivos. Enquanto isso, dois mega empresários brigam pela chance de ganhar mais dinheiro e serem lembrados para sempre. Tom Wilkinson já havia trabalhado com Gilroy em Conduta de Risco e agora vive um empresário sereno e com cartas na manga para derrubar o concorrente Paul Giamatti, que contrata um bando de agentes secretos para espionar e descobrir os segredos de seu rival. Atuações impagaveis e que resultaram em uma das introduções mais hilárias do cinema. Aguardem para conferir em breve na sessão Melhores Cenas.

Para aquelas pessoas interessadas em química, uma boa dose de humor exclusivo. Afinal são os pequenos detalhes que diferenciam uma loção de um creme e são os químicos que podem rir e se divertir um pouco mais com as possibilidades e riscos em não prestar atenção aos detalhes minusculos. Tony Gilroy ainda chega a fazer pequenas menções a outros filmes como Jerry Maguire (a cena em que Paul Giamatti grita: “Mostre-me a fórmula” evoca instantaneamente Tom Cruise e seu “Mostre-me a grana”) e o próprio Closer (quando Clive Owen praticamente repete os versos da canção Blowers Daughter). Excelente opção de diversão.

São quatro caipirinhas nesse buteco sujo!