Crepúsculo dos Deuses

(Sunset Blvd), de Billy Wilder. Com: Willian Holden, Gloria Swanson, Erich von Stroheim, Nancy Olson.

Um corpo na piscina, uma atração obsessiva, a busca pela fama: estes são alguns dos ingredientes de Crepúsculo dos Deuses, filme que traz misto de drama, suspense, e, devido aos diálogos muito bem escritos por Wilder, comédia (de humor negro claro, bem ao estilo do diretor, que inclusive ganhou o Oscar de Melhor Roteiro na época).

O filme conta a história de Joe Gillis (Willian Holden), roteirista fracassado, que não consegue mais vender suas histórias. Endividado, ele acaba, por uma coincidência do destino, indo parar na mansão da atriz Norma Desmond (Glória Swanson, ótima, perfeita no papel), que amarga dias de nostalgia da época em que era uma estrela do cinema mudo, até perder seu posto para as novas atrizes do cinema falado, o que segundo ela, não quer dizer que tenha deixado de ser uma grande estrela: os filmes é que deixaram de sê-lo. Ela então, o contrata para que trabalhe em uma nova história, capaz de trazê-la de volta para os holofotes, de onde nunca deveria ter saído. Entretanto, esta parceria acaba tomando proporções não esperadas.

O elenco conta ainda com Erich von Stroheim, (diretor de filmes mudos que teve grande relevância em sua época), como Max, o mordomo de Norma, capaz de tudo para que a atriz permaneça em sua ilusão, pois também é obcecado pela aura de estrela que a cerca.

O espetáculo fica por conta dos delírios de Norma, completa e constantemente transtornada, em suas feições e falas exageradas, garantidas por uma atriz experiente no que diz respeito a expressividade, tão cara ao cinema mudo, como Glória Swanson.

Antes do final, triste e engraçado ao mesmo tempo (não há como não se lembrar do mundo das celebridades em geral, e no quanto seus astros podem ser descartáveis), há muitas revelações e reviravoltas, e a certeza de que, o cinema, é algo atemporal em sua capacidade de emocionar e divertir, principalmente quando falamos de obras como Crepúsculo dos Deuses, prova de que os grandes clássicos do cinema, nunca perdem sua vitalidade e atualidade. Vale a pena conferir.