ANTES DE TUDO GOSTARIA DE FALAR sobre minha admiração pela atriz Meryl Streep. A capacidade de desenvolver um papel e se entregar a ele é tão grande que a cada filme não consigo enxergar a atriz e apenas o personagem. Streep recebeu diversos elogios por sua atuação e é favorita ao Oscar. Alguns colegas de gabinete de Margaret Thatcher afirmaram que a atriz “capturou” a essência da mulher de legado polêmico. Perfeitamente caracterizada, com o mesmo tom de voz agudo e os mesmos gestos, Streep dá vida a uma Thatcher quase tão autêntica quanto a real e isso tem lhe valido muitos elogios da crítica. Isso sim é poder!
O filme comandado por Phyllida Lloyd, que foi também diretora de Streep em Mamma Mia, vai desde a infância de Margaret Thatcher até o período mais impopular do seu governo, em 1982, quando ela tentava salvar sua carreira. Há questionamentos que o filme foca mais na demência sofrida por Thatcher, delírios e sua decadência do que realmente na história política e luta da Ex- Primeira Ministra… mas isso já é pano para outra manga!
A Dama de Ferro (apelido dado pelos soviéticos) é uma história pretensiosa onde mostra como uma mulher daquela época lida com o poder ganhado e perdido. Afinal ela buscava o poder onde a vontade do homem era soberana no parlamento e para conquistar tudo isso, Thatcher se distanciou da família. E pagou no final.
O filme transcorre quando Thatcher esvazia os armários com a roupa de seu marido Denis (Jim Broadbent). Ela conversa com ele como se estivesse ainda vivo, enquanto tenta superar sua perda. Enquanto fala, lembra momentos de sua vida passada: sua eleição na Câmara dos Comuns em 1959, as férias com seus filhos gêmeos, sua decisão de liderar o Partido Conservador e sua eleição como primeira-ministra em 1979.
O filme recria sua luta contra os “fracos” de seu partido, contra a oposição trabalhista e seu discurso triunfal diante do Parlamento após a rendição das tropas argentinas na Guerra das Malvinas em 1982. Partindo dessa visão mostrada pelo filme, conseguimos enxergar Thatcher como uma mulher bondosa, e que estava ali apenas querendo mudar o mundo, e para isso era preciso que ela o comandasse.
The Iron Lady é um filme bem escrito, bem dirigido, atuação inquestionável de Streep, porém há boatos de que a Dama era na verdade um monstro. Há quem confirme a quem discorde, mas não podemos questionar que ela sim teve peito para enfrentar e abrir portas para a mulher na política. Isso ela teve.
Diretor: Phyllida Lloyd
Produção: Damian Jones
Roteiro: Abi Morgan
Elenco: Meryl Streep (Dúvida)
Jim Broadbent (Tiros na Broadway)
Anthony Head
Richard E. Grant
Roger Allam
Olivia Colman
Nick Dunning
Hugh Ross
David Westhead
Nota: