JÁ TEMOS O NOSSO PRIMEIRO CANDIDATO AO PRÊMIO DE PIORES DO ANO. Sem querer ser injusto ou falar coisas com ódio no coração, mas também sem perder tempo e deixar de aproveitar o tempo livre que encontrei no horário de 00h até as 6h, a verdade é que À Beira do Abismo deixa uma má impressão logo de cara: a tradução original seria algo como O Homem no Parapeito. Dá até para entender os motivos que fizeram o tradutor optar por “abismo” ao invés de parapeito, afinal quem é que iria querer assistir a um filme com esse nome? Ainda mais no Brasil, onde sempre gostamos de fazer piadinhas com tudo.
Como afirmei, seria uma grande injustiça dizer que a produção estrelada por Sam Worthington (Fúria de Titãs) e Elizabeth Banks (72 Horas) é um completo fiasco. Existem bons momentos capazes de entreter a parcela do público que se preocupa exclusivamente com a distração e que ignora completamente furos no roteiro, trama que abandona qualquer compromisso com a realidade, atuações medíocres, e falta do principal: uma boa história para contar e uma boa forma de transformar a história em cinema.
Logo de cara, “O Homem do Parapeito” apresenta um sujeito comum que resolve entrar num hotel e após pedir sua refeição, resolve dar um passeio pelo parapeito da janela. Então, a trama volta no tempo para os dias em que ele estava preso e escapou da prisão, mas logo retorna para a trama principal e que tenta instigar o público a descobrir o que realmente se passa naquela possível tentativa de suicídio.
Um dos grandes problemas do filme é justamente a oportunidade desperdiçada de trabalhar melhor o arco dramático da história e investir numa trama de roubo que em momento algum tira o fôlego do espectador. Jamie Bell (As Aventuras de Timtim) e Genesis Rodriguez interpretam um casal divertido, mas que na intenção de soarem como uma versão de Sr. e Sra. Smith acabam ficando chatos. Caso fosse um filme depressivo e que mostrasse apenas a decisão do cara em se jogar do alto de um grande edifício, nas mãos de um grande diretor, poderia ser um longa-metragem de destaque, mas a sensação de que tudo é jogado sem o menor cuidado e que aquilo tudo só acontece como forma de promover Worthington em um filme de aventura para atrair o grande público, que repito: provavelmente não irá se preocupar se a conclusão é forçada ou os efeitos especiais ficam meio perdidos no meio daquilo tudo. É uma pena que não seja conveniente/possível descrever os eventos finais de À Beira do Abismo para exemplificar o quanto é um filme medíocre.
De Worthington não se pode esperar muito mesmo, mas é triste começar a acreditar que a bela Elizabeth Banks começa a trilhar o mesmo caminho de fazer filmes simples e sem profundidade, o tipo de entretenimento furado e que costuma arrastar os fãs de filmes de ação. Como admirador de filmes toscos, confesso que À Beira do Abismo se leva a sério demais e que não passa de uma grande besteira descartável, como as milhares que chegam nas locadoras diariamente e ninguém fica sabendo. Não duvido nada que o único motivo do filme do diretor Asger Leth ter chegado aos cinemas é que se trata de um “aquecimento” para Fúria de Titãs 2. Ou então é uma aposta certeira da distribuidora para atrair o público que sai do serviço cansado demais e quer simples alimentar o cérebro com qualquer porcaria enquanto se distrai, pois pelo menos para isso o filme serve. Tanta besteira tem seu lado positivo no final das contas.
Direção: Asger Leth
Produção: Lorenzo di Bonaventura
Mark Vahradian
Thomas Tull
Roteiro: Pablo Fenjves
Elenco: Sam Worthington
Elizabeth Banks
Jamie Bell
Anthony Mackie
Ed Harris
Génesis Rodríguez
Lançamento: 03.Fevereiro.2012
Nota: