O que mais me chamou a atenção em O Gladiador não foram as épicas batalhas coreografadas, nem a atuação primorosa de Russel Crowe e nem mesmo a direção de Ridley Scott. O emocionante do filme é perceber como o personagem principal tem diversas experiências mediunicas com aqueles entes queridos que se foram. Em diversas sequências em que Maximus ficava à beira da morte, cortavam a cena para um grande campo onde ele caminhava lentamente para o encontro de sua esposa. Por estes e outros motivos, O Gladiador é realmente um daqueles filmes indispensáveis para aqueles que gostam de cinema.
A amiga Flá tem mais bala na agulha para comentar sobre o filme de Ridley Scott, que faturou cinco Oscars em 2001. Só o diretor voltou para casa com as mãos abanando, embora tenha levado o tão desejado prêmio de melhor filme. Se você ainda não viu, assista! Acima de ser um filme épico, O Gladiador é sobre a ganância, ambição e inveja. Elementos tão presentes e comuns no nosso cotidiano, mas elevado à uma quase condição de Hamlet, clássico de Shakeaspeare. Quase.
Estudando História Antiga semestre passado, pude encarar alguns “fatos” que circundam a história de Maximus, Marco Aurélio e Cômodo. É importante, para tanto, um pouco de história: Roma teve três sistemas políticos: Monarquia, República e Império. Na República, o poder do Senado era muito forte, tanto no legislativo quanto no executivo. Ainda ao longo desse sistema, um processo de expansão, que culminaria na adoção dos imperadores, se deu início, e, conseqüentemente, o longo período de guerras. E é aqui que quero chegar.
Por estar em guerras constantes, os soldados perdiam a “consciência” de estar batalhando por Roma. Logo, passavam a não obedecer às leis, e a adorarem seus generais. Maximus (Russell Crowe) seria um belo candidato a imperador, caso almejasse-o. Mas, perante o romantismo do filme, ele nega essa proposta. Cômodo representa bem a ambição e ganância dos déspotas; ele de fato existiu, e ganhou fama pela sede de violência, bem representada no filme com as lutas dos gladiadores. Sua inveja pela escolha do pai por Maximus, e o clima de conspiração ao redor o leva a tomar atitudes contraditórias à boa imagem de um imperador. E o final, todo mundo sabe.
Sou fã de filmes épicos, e só posso reafirmar o que o Tullio disse ali em cima. Recomendo demais!