O bom de quando não assistimos ao trailer de um filme é que podemos esperar qualquer coisa. Quando comecei a assistir Decisões Extremas, a primeira coisa que me veio na cabeça era o Medidas Desesperadas (aquele filme antigo do Michael Keaton com Andy Garcia). E existem outros filmes com temática parecida, então senti um pouco de preguiça. Porém, logo descobri que a adaptação do livro que retratou a história de vida de uma família não tinha nada de ação ou suspense desenfreado. Decisões Extremas é uma bela história de amor, vida e acima de tudo, superação.
Brendan Fraser interpreta John Crowley, um homem de negócios que tem duas crianças vítimas de uma triste doença degenerativa. A expectativa de vida para quem sofre com a doença de Pompe é de apenas 9 anos, que é quase a idade de sua filha mais velha. Decidido a não esperar parado pela morte dos filhos, Crowley busca ajuda de um excêntrico cientista (interpretado por Harrison Ford), e juntos, eles começam a buscar investidores e recursos para pagar a pesquisa pela cura da doença.
É curioso dizer que Brendan Fraser consegue transmitir muita emoção com sua interpretação. Quem diria que o George, Rei da Floresta conseguiria mostrar seu talento para produções mais sérias e com uma forte e pesada carga emocional. Mas é o veterano Harrison Ford que faz o filme ter todo um charme, que dificilmente teria se fosse um outro ator no papel. Enquanto entra no personagem do cientista grosseiro e indomável, Ford escancara todo o talento e nos faz lembrar que aquele senhor de idade já foi Han Solo e Indiana Jones nas grandes telas. Se Decisões Extremas conseguiu prender a minha atenção do começo ao fim, parte disso se deve às excelentes atuações da dupla de atores.
Um belo filme para ser visto naquelas tardes cinzentas de domingo. Lágrimas por lágrimas, é preferível deixar de lado o Faustão ou o Gugu e chorar por algo maior que a depressão da televisão dominical brasileira. Merece quatro caipirinhas.