Por favor, leia esta crítica ouvindo “All Day and All of the Night” dos Kinks
O ROCK AND ROLL FOI CRIADO PELOS AMERICANOS: Chuck Berry, Buddy Holly, Elvis Presley etc. Mas tudo isso mudou quando surgiram diversas bandas britânicas extremamente populares. Essa foi a invasão britânica, todo o mundo estava ouvindo o rock inglês. Só com um problema: as rádios britânicas não tocavam essas músicas direito, pois era pouco o tempo da programação dedicado ao rock. Vale lembrar que estamos falando dos anos 60, onde a rádio era a principal difusora de música.
É nesse contexto que se passa Os Piratas do Rock. O filme trata de uma rádio pirata fictícia que agia em águas internacionais, fora das leis da terra da rainha, e tocava rock o dia todo. Devemos ressaltar que isso existiu em proeminência na realidade.
A obra começa com Carl (Tom Sturridge), um afilhado do dono da rádio (Quentin, interpretado por Bill Night) chegando no navio para se “endireitar”, o que, como é mencionado no filme, é uma ideia estúpida, já que aquele seria o pior lugar para isso, e logo somos apresentados ao universo daquele navio. Festas, rock, álcool, os melhores dias das vidas deles, como o próprio Cunt (interpretado pelo sempre genial Philip Seymour Hoffman) explicitou para o garoto.
Como as rádios não estão em território inglês, os burocratas se esforçam para conseguir tirá-las do ar, conseguir transformá-las em ilegais. Nesse lado da história temos o Sir Alistair Dormandy, personagem bastante caricato em uma atuação pouco inspirada do Kenneth Branagh.
Como não podia faltar, a trilha sonora é recheadíssima de boas músicas: há The Kinks, The Who, The Beach Boys, The Rolling Stones, entre outros. Só achei curioso que eles não tocaram Beatles, banda de que eu gosto muito e é um dos grupos mais populares do período (mas como tocaram Beach Boys, que é melhor, não me incomodou tanto assim).
A produção é relativamente engraçada; gostaria de frisar especialmente a sequência em que Carl e o DJ “Dr” Dave (Nick Frost) tentam enganar uma mulher para tentar tirar a virgindade de Carl. E é ainda mais engraçado quando depois Dave rouba uma garota do pobre garoto.
Acredito que seja a obra mais fraca já dirigida por Richard Curtis (Simplesmente Amor e Questão de Tempo), o que não é grande demérito, já que eu considero os outros dois filmes excelentes. É um projeto bastante simpático e fica longe de ser ruim, além de possuir uma temática bastante atraente para os fãs de rock. É uma pena que o filme tenha sido um tremendo fracasso de bilheteria. Não é nenhuma obra-prima, mas é bastante divertido.
PS: Existe uma curta sequência após os créditos.
Diretor: Richard Curtis
Ano: 2009
Nota: [tresemeia]