Crítica: Jason Bourne (2016)

QUANDO ANUNCIARAM UM QUINTO FILME DA SÉRIE JASON BOURNE COM MATT DAMON E PAUL GREENGRASS JUNTOS, a minha primeira reação foi de empolgação. Afinal, a dupla destruiu nas duas continuações e transformou a franquia em um dos melhores produtos de ação dos anos 2000 – como você pode conferir acessando a nossa lista.

No entanto, verdade seja dita, será que o mundo dos cinéfilos precisava mesmo de mais um Bourne?

Depois do fiasco O Legado Bourne, que se passava simultaneamente a O Ultimato Bourne, a impressão era de que os produtores realmente já tinham sugado qualquer possibilidade vinda do personagem. Esse quinto filme prova que ainda existe um enorme desejo dos estúdios em explorarem ao máximo o espião, independente disso significar produções vazias, como é o caso de Jason Bourne.

Jason Bourne (2016)

Recheado de boas sequências de ação, como não podia deixar de ser para uma obra assinada por Paul Greengrass, Jason Bourne se resume a introduzir novos personagens, mostrar o herói dando porrada e só. Os coadjuvantes sempre foram fortes na série, mas isso não se repete nesse novo exemplar totalmente renovado. Lamentável que Alicia Vikander interprete uma agente ambiciosa que em nada convence o espectador ou que nem mesmo Tommy Lee Jones consiga chamar a atenção como chefão da CIA. Vincent Cassel é sempre interessante, mas seu personagem é tão sem graça que afeta até mesmo a sua atuação.

Ainda que a ação seja o elemento mais importante dentro de um filme da série (pelo menos nisso, Jason Bourne não compromete), os outros longas tinham roteiros que ao menos fingiam ser bem trabalhados. Desta vez temos uma ridícula introdução de uma revelação importante sobre a vida de Bourne antes de se tornar um agente secreto e a identidade do assassino de seu pai. Desnecessário e pouco orgânico, esses detalhes do roteiro apenas emputecem aqueles que gostariam de ser presenteados com mais uma pérola do cinema de ação.

Recomendado especialmente para o público interessado em filmes de ação com um certo nível de decência (ou seja, quem detestou Invasão a Londres), Jason Bourne é uma boa diversão que está bem longe de chegar perto da qualidade da trilogia original. Uma pena para um projeto tão interessante.