Crítica de Enola Holmes: uma aventura empoderada

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Crítica de Enola Holmes: uma aventura empoderada.

Sim, Sherlock Holmes tem uma irmã. E ela é uma graça! Em Enola Holmes (EUA, 2020), a Netflix nos apresenta uma aventura divertida, envolvente e empoderada, narrada pela própria protagonista. Millie Bobby Brown foi escalada para o papel principal e se mostra uma escolha mais do que perfeita.

O filme é adaptação do primeiro de uma série de livros, escritos por Nancy Springer. Ou seja, com o sucesso de crítica e de audiência, é provável vermos continuações no futuro. Harry Bardbeer (Fleabag, Killing Eve) dirige o longa, com roteiro de Jack Thorne (Os Aeronautas, Extraordinário).

Enredo

A trama acompanha Enola enfrentando um grande baque no dia do seu 16º aniversário. Ela acorda e descobre que a mãe (Helena Bonham Carter) desapareceu. Por causa disso, a jovem chama os irmãos mais velhos, Mycroft (Sam Claflin) e Sherlock (Henry Cavill), para ajudá-la. No entanto, sob tutela do primeiro, Enola enfrenta um grande problema: ele quer colocá-la numa escola bastante conservadora para terminar os estudos. Então, a protagonista opta por fugir e procurar a mãe por conta própria. Neste momento, ela acaba cruzando o seu caminho com Tewkesbury (Louis Patridge), um marquês que decidiu fugir de casa. A partir daí, uma série de coisas acontecem, com muito mistério e, até mesmo, risco de vida envolvidos.

Empoderamento feminino

Como diz o título deste post, Enola Holmes é uma aventura empoderada. Esse é o ponto mais especial do filme de Bardbeer. Brown dá vida à personagem com todo o carisma, determinação e força que ela exige. Era essencial que a atriz conseguisse transmitir a personalidade empoderada de Enola para que o longa funcionasse. Por mais que viva numa sociedade ainda extremamente conservadora e machista – transição pro século XX -, sobretudo por parte de Mycroft, a educação que recebeu da mãe foi primordial para a sua evolução. Basicamente, Enola é a versão mais nova de Sherlock. Tem a inteligência e sagacidade do irmão, apesar de ainda ser imatura para certas coisas, como qualquer adolescente.

Por mais que o mundo atual tenha avançado na igualdade entre homens e mulheres, as mulheres ainda enfrentam preconceito na sociedade, assim como têm o seu comportamento moldado. É até triste ver situações no filme que até hoje são vistas, como a necessidade de casar e de ter filhos, ter uma postura e um modo de vestir mais “femininos”, entre outros. Por isso, é importante que personagens como Enola tenham visibilidade. Espera-se que muitas mulheres se espelhem na protagonista para saberem o valor que têm e sigam o caminho que elas escolheram para si, e não aquele que os outros escolheram para elas.

Veredito

Enola Holmes precisa de continuações. Precisa porque tem um formato divertido e engraçado, regado por uma competente Brown. Porque tem um elenco de alto nível. Cavill pode se juntar a Benedict Cumberbatch e Robert Downey Jr como uma das melhores atuações de Sherlock, com uma postura e olhares que caracterizam brilhantemente o personagem. Claflin torna Mycroft o personagem irritante e cabeça-dura que deveria ser. Carter aparece muito pouco, mas é uma dama do cinema, que torna interessante qualquer papel que interpreta. Partridge traz charme ao rapaz simpático e desajeitado, que consegue mexer com Enola. Por último: Enola Holmes é muito mais que uma aventura envolvente; é uma história de empoderamento feminino. O mundo ainda precisa muito disso para evoluir.

Assista ao vídeo da crítica de “Enola Holmes: uma aventura empoderada” AQUI.

Veja o filme NESTE LINK.