Crítica: Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas

BONNIE E CLYDE SÃO ÍCONES TANTO PARA O CRIME QUANTO PARA O AMOR. A história desse belo casal de justiceiros é realmente algo cativante, não é a toa que eles são citados em músicas, literatura, obras de arte e como é o nosso caso, no cinema.

Os pombinhos formavam um casal meio perdido: ela era garçonete e conheceu o amado quando o mesmo tentava roubar o carro de sua velha mãe. Com certa sede de aventura, Bonnie se uniu a Clyde e a partir daí nasceu a memorável dupla fora da lei.

Warren Beatty e Faye Dunaway fixam a ideia de que os originais realmente eram bonitos aos padrões da época, embora as fotos não ajudem muito a reforçar essa imagem. Eram ousados: viajavam, fugiam, fotografavam suas vítimas, se orgulhavam de seus armamentos… Mas eram justos: assaltavam os bancos, mas não roubavam as pessoas humildes que lá estavam presentes. Estavam longe de serem os ladrões mais espertos, mas conseguiram causar problemas o suficiente para entrar pra história.

O filme foi pioneiro da época de ressurreição de Hollywood. Warren Beatty sofreu para realizar essa grande obra. Também pudera: a indústria cinematográfica estava em ruínas e poucos apostariam em um roteiro tão ousado quanto ao de Bonnie e Clyde. O humor se misturou à violência e despertou curiosidade do público, lotando as salas na época, tirou a Warner da lama, deixou Beatty milionário e entrou para a lista dos maiores clássicos do cinema mundial.

Apesar de ser considerado inovador, talvez não seja tão surpreendente para quem assiste ao filme nos dias de hoje. Mesmo assim, há inúmeros motivos para assisti-lo: a história de Bonnie e Clyde é sensacional, o filme realmente te prende, a edição rápida o deixa com mais adrenalina, ele foi pioneiro e conseguiu derrubar diversos tabus da indústria cinematográfica da época; os bandidos se tornaram mocinhos e vice versa. É simplesmente um clássico indispensável aos cinéfilos de verdade.

 

Título original: Bonnie and Clyde

Direção: Arthur Penn

Produção: Warren Beatty

Roteiro: David Newman e Robert Benton

Elenco: Warren Beatty, Faye Dunaway, Gene Hackman, Estelle Parsons, Gene Wilder

Lançamento: 1967

Nota: