De Alejandro González Iñárritu, com Brad Pitt, Cate Blanchett e Gael García Bernal, de 2006.
Conta a bíblia que a Torre de Babel foi construída com o intuito de se chegar ao céu. Deus, então, interrompeu o projeto, confundindo o único povo com diferentes línguas, e espalhando-os no mundo. Seria, assim, a origem das várias línguas e etnias. A Torre de Babel tem um significado de confusão, incompreensão. A alusão no filme ao “mito” bíblico é clara.
Duas crianças que brincam com um rifle atingem acidentalmente um ônibus de turistas, ferindo uma norte-americana. Enquanto isso uma mexicana aflita não sabe o que faz com as crianças do patrão, pois tem que ir ao casamento do filho. No Japão, uma surda-muda encara uma vida cheia de preconceitos, em que ter amigos com quem se abrir, e que te entendam, e principalmente, ter alguém que te ame, é quase impossível.
Babel conta, paralelamente, 4 histórias em 4 lugares do mundo, relacionados de alguma forma. Como pequenos atos podem ter conseqüências enormes, e como a realidade pode ser dura. É difícil falar do filme sem contar alguma coisa relevante da história. Brad Pitt está excelente em seu papel, interpretando um homem maduro que tenta resgatar seu casamento após a morte do terceiro filho. Inevitável a comparação do papel de Gael García Bernal, aqui como um mexicano “sacana”, com seu papel em Ensaio Sobre a Cegueira, como um cego maldoso e repugnante.
É um filme complicado, por vezes cansativo, mas que vale a pena ver até o fim. A crueza de algumas cenas, e o forte sentimento que passa até nós, seja de piedade da japonesa que tenta, da pior forma, se integrar à sociedade que a discrimina, seja de solidariedade à mexicana menosprezada pela polícia estadunidense, ou seja de compreensão pelos garotos arrependidos de seu ato inocente, já vale por si só. Recomendo demais!
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