O ano de 2013 pode ser caracterizado pelas grandes estreias do cinema americano. Homem de Aço, Rush: No Limite da Emoção e Homem de Ferro 3 são alguns exemplos do que a tecnologia atual pode proporcionar ao entretenimento de hoje. Porém, títulos feitos com número menor de recursos e com a base de sua história mais simples ainda são capazes de causar boas sensações a quem assiste. O cinema francês pode ser reconhecido também por conseguir desenvolver grandes filmes com essas características. Somente neste ano, vimos estrear nos cinemas brasileiros bons títulos, como A Datilógrafa, Camille Outra Vez e Paris-Manhattan, que começam com o que pode parecer uma história não muito atraente, mas divertem bastante. Além destes, o belíssimo Renoir, que é mais sério e foi escolhido como representante do país no Oscar 2014.
Em meio a tudo isso, surge uma produção simples e divertida, que começa com um adolescente sonhando em fazer cinema e mostra o rumo que sua vida profissional toma: Nos anos 1990, Victor (Félix Moati, de Rindo à Toa) tem a oportunidade de fazer parte de um canal de televisão pirata enquanto estagia em uma emissora de grande nome, manipuladora e que vai contra tudo o que o canal de amigos do protagonista pregam. O rapaz passa a se dividir e a tirar o maior proveito possível dos dois trabalhos. Enquanto é apenas mais um na grande emissora, com seus amigos ele tem a liberdade de criar e conceber o que a sua mente permitir.
Assim, por anos Victor mostra manifestações populares, tudo o que pode estar relacionado com direitos humanos e expõe também o seu bom-humor. Durante a exploração dos mais diversos assuntos, conhece Clara (Sara Forestier, premiada com César pelo filme Os Nomes do Amor), se apaixona e aos poucos tem a sua vida pessoal modificada. Mas Victor e Clara não formam o único casal do filme. Jean-Lou (Eric Elmosnino, de Gainsbourg – o Homem que Amava as Mulheres) e Yasmina (Maïwenn, que dirigiu o desconfortável Polissia) comandam a emissora ilegal e mantêm um relacionamento com base em suas convicções e posições políticas.
A diversidade dos personagens é um dos maiores pontos dos filmes. Eles são cômicos, aparentam independência e cada uma de suas particularidades são importantes.O longa-metragem é despretensioso e se desenvolve bem. Porém, por abordar indiretamente questões sociais e também do audiovisual, enterra o que poderia ter sido uma grande discussão sobre as ideias dos personagens.
Anos Incríveis foi inspirado na experiência do próprio diretor, Michel Leclerc (Os Nomes do Amor), durante o seu trabalho em uma emissora de TV que tinha uma programação simpatizante de movimentos sociais.
Nota:[tres]