Rango é uma animação dirigida por Gregor Gore Verbinski, responsável também por filmes como O chamado e a famosa trilogia Piratas do Caribe. Nas vozes originais ‘Rango’ é narrado por Johnny Depp e ‘Feijão’ por Isla Fisher. Temos dois conflitos no filme:
1-) O personagem principal a procura de sua própria história, a procura de sua verdadeira identidade.
2-) No meio do deserto, a busca pelos motivos de a água ter cessado.
Essa animação se passa no bom e velho oeste e possui uma velha sina – a luta do mocinho para acabar com os problemas que o cercam e ter o seu próprio Happy Ending. A história é intercalada entre a jornada de nosso personagem principal e a narração de quatro corujas latinas que cantam. Rango é um camaleão de estimação muito desengonçado e nosso personagem principal. Devido a certos acontecimentos ele sai de seu mundo viavelmente seguro para enfrentar um novo – O Deserto, estando agora em um lugar desconhecido ele tem de se adaptar as condições a si impostas. Ao ter de se inserir não propositalmente neste novo habitat ele não começa muito bem, sendo logo de cara perseguido por uma águia. Pouco depois conhece “Feijão”, uma fêmea de sua espécie que não lhe demonstra muita amabilidade. Ele é guiado até a cidade onde ela vive – A Cidade da Poeira, onde ratos, baratas, um porco espinho, um sapo e outros animais de espécies diferentes convivem juntos em prol de um só ideal (a busca pela água). Tal situação me fez pensar e logo percebi uma crítica aos padrões, se animais de espécies diferentes podem conviver juntos, então nós seres humanos racionais podemos também passar por cima das diferenças, sendo elas culturais ou sociais e aprendermos uns com os outros.
Um outro exemplo claro é Rango, que não é estéticamente o mais belo dos camaleões, possui um olho maior do que o outro, mas apesar de tudo acaba passando por cima dessas coisas, que deveriam ser supérfluas, como diz aquele velho ditado: Não se julga um livro pela capa.
Voltando a história, mais a frente Rango se depara com seu antigo conhecido: a Águia, que o persegue novamente, mas acaba se dando mal, deixando-o como herói e com o título de xerife dado pelo próprio prefeito, uma tartaruga condenada à sua cadeira de rodas. Em meio a uma conversa o prefeito pronuncia o seguinte ao nosso falso herói: “Quem controla a água, controla o poder”. Para mim está hora é decisiva, é a famosa hora em que começamos a confabular, criando culpados, mocinhos e possíveis soluções. Durante está jornada para resolver o mistério da água, conhecemos “falsos ladrões”, uma “serpente do mal”, e outros personagens, cada qual com sua função.
Um momento que me deixou confusa foi durante uma cena onde há uma luta diurna sob o sol escaldante do deserto, onde topeiras voam montadas em morcegos, lutando contra os habitantes diversos da Cidade da Poeira ao som de nada mais, nada menos que “A cavalgada das Valquírias”, música tal usada brilhantemente por Francis Ford Coppola no filme “Apocalipse Now”. Quanto ao seu uso na animação não foi muito bem aceito por mim, me deu a sensação de plágio, ao meu ver foi a representação animada da cena real criada por Coppola. Bom, no final das contas as toupeiras viram aliadas, o/a (os/as) culpados (as) são descobertos e para mais detalhes vejam o filme.
Uma última consideração: O nome Rango surge em uma cena, onde lhe perguntam seu nome e ao tomar uma bebida de cacto, podemos visualizar as seguintes palavras: Hecho em Durango. Logo o personagem se autodenomina Rango.