O TERROR CANADENSE AMERICAN MARY É UM PRATO CHEIO. Cheio de sangue, de sensualidade, bizarrices e vingança. Com uma ideia vagamente parecida com a do horroroso Doce Vingança, o longa-metragem apresenta uma história sem noção de vingança e faz uma bela crítica ao comportamento de cirurgiões, que provavelmente irão detestar a obra. Se você conhecer um médico cirurgião que se identificar, cuidado!
Mary é uma estudante como todas as outras: falida, para não dizer simplesmente fodida da vida. Enfrentando dificuldades para arcar com suas contas e manter o difícil curso de medicina, ela faz opção pela maneira mais radical de conseguir dinheiro fácil e conhece um cafetão desajeitado. Para a sorte dela, o destino estava feliz no dia e ela não precisou mostrar os seios para ninguém, mas teve que fazer uma cirurgia em um infeliz quase morto. Detalhe: tudo isso usando um sensual corpete. Com muito dinheiro no bolso, e a dignidade preservada, ela volta para casa.
Seus professores ficam desconfiados daquela mudança repentina e daí começa a verdadeira plot de American Mary: a jovem estudante é convidada para uma festa estranha com gente esquisita, não fica legal porque puseram droga na birita, e é abusada sexualmente pelo professor. A partir daí, o longa-metragem ganha contornos de Kill Bill e o já citado Doce Vingança, com Mary se descobrindo profissionalmente após uma dolorosa vingança.
O mérito da obra está na eficiência como as cenas conseguem chocar o espectador. American Mary definitivamente não é recomendado para o público com estômago fraco: a personagem realiza diversos procedimentos cirúrgicos. Alguns deles são explícitos o suficiente para você chegar perto de mostrar para a sua privada o que foi que comeu no almoço.
Dirigido por Jen e Sylvia Soska, e estrelado pela interessante Katherine Isabelle (Ginger Snaps), o filme não é nenhuma joia rara indispensável na coleção dos adoradores do gênero. Vale mais pela história, ainda que o roteiro tenha um final moralmente correto, e pela crítica ao comportamento frio de certos médicos. Com o decorrer da narrativa, os elementos importantes (a vingança) perde força e somos levados a crer que a “heroína” está apaixonada pelo cafetão maluco, mas o romance não é desenvolvido. As irmãs Soska se preocuparam mais em deixar o espectador aflito do que criar uma história mais elaborada, e pelo menos nisso tiveram sucesso.
Nota:[tresemeia]