A dupla de policiais mais fatal do cinema está de volta para a sequência de Máquina Mortífera. O resultado não supera em nada a primeira parte, inclusive conta com efeitos especiais bem toscos e uma dose controlada das guitarras de Eric Clapton na trilha sonora. No fim das contas, é o charme da dupla e a presença impagável de Joe Pesci que salvam o filme de ser um fiasco.
O roteiro mostra Riggs e Murtaugh lidando com temas polêmicos como o Apartheid na Africa do Sul, em meio a uma investigação contra diplomatas envolvidos com tráfico de drogas. O protesto é até interessante e gera um dos melhores momentos da franquia quando Leo (Joe Pesci) pede para um funcionário convencer Murtaugh (Danny Glover) a NÃO visitar a Africa do Sul. O tal funcionário fica confuso e se pergunta o motivo, até conhecer o policial e ficar perplexo. Risadas são garantidas. Aliás, Glover e Pesci conseguem fazer humor fácil e arrancar risos do público em situações absurdas ou banais.
Máquina Mortífera 2 começa com uma eletrizante perseguição de carro e até o personagem de Joe Pesci entrar em cena, fica sendo um dos melhores momentos da série. Existem boas piadinhas, como o anúncio publicitário que a filha de Murtaugh faz, mas nada supera Leo Getz. É incrível perceber a versatilidade de Pesci, que em Os Bons Companheiros interpretou um mafioso sanguinário e violento e depois se transformou em um hilário informante com alguma síndrome de distúrbio de atenção. Uma pena que mesmo com uma trama de fundo tão interessante, a continuação de Máquina Mortífera tenha deixado tanto a desejar nas conclusões e desenvolvimento de seu roteiro. Mas no final das contas, toda franquia precisa de ter um patinho feio e nem isso diminui o brilho do conjunto. Máquina Mortífera 2 vale um bom balde de pipoca na companhia das melhores pessoas do mundo.
Originalmente, Riggs (Gibson) morreria no final do filme, mas o apelo comercial foi mais forte e a franquia ganhou mais duas sequências.
São 3 caipirinhas.