Não demorou muito para que o ator Gerard Butler ganhasse o seu papel de vilão nos cinemas. Depois de viver um guerreiro espartano e um guerreiro dos games, Butler surge como um anti-herói vingativo em Código de Conduta. Jamie Foxx interpreta o advogado ambicioso, que lembra muito o personagem de Keanu Reeves em Advogado do Diabo, e que acaba sendo considerado como o inimigo a ser combatido pelo personagem Clyde (Butler).
A principio o longa metragem dá a entender que vamos acompanhar a vingança de um engenheiro depois de ter toda a família assassinada. Pois bem. O cara realmente parte para sua vingança, descrita como algo maior e contra todo o sistema judiciário, e depois descobrimos que o pacato cidadão que assiste a família ser brutalizada, guardava muitos segredos. O roteiro beira o absurdo e oferece situações contrastantes com o desenvolvimento da história. Ao chegarmos no final da história temos certeza de que Código de Conduta não é indicado para quem quer acompanhar um bom filme de suspense. E nem mesmo para quem é fã dos dois atores principais, que acabam deixando-se de levar pelo roteiro e não mostram muito empenho em suas respectivas interpretações.
O diretor F. Gary Gray (A Negociação) tenta fazer o espectador gostar do assassino a todo o momento. Não ia precisar de tanto esforço, visto que é o Gerard Butler na tela, mas parece que ele quer convencer as pessoas de que Código de Conduta é um filme sem vilões. Os dois personagens estão defendendo suas crenças no sistema e para isso, não importa se inocentes acabem morrendo ao longo do caminho. Até agora estou tentando entender/aceitar como diabos houve a transformação do personagem Clyde para um agente secreto fodão e manipulador e acho que não irei encontrar uma boa resposta.
O que poderia ter rendido um excelente filme de ação, acabou virando um clichê mal escrito e que não convence ou cativa em momento algum. Não é que o filme chega a ser horrível, é só ruim e chato e sem noção (não de uma maneira engraçada, mas sem noção no que diz respeito aos personagens e, principalmente, ao desfecho). Nem mesmo a mais tarada fã do Gerard Butler (que finalmente fez um filme usando uma camisa diferente das suas habituais) iria conseguir entender a lógica por trás de Código de Conduta. Se trata de justiça mesmo?
Duas caipirinhas