A TRILOGIA MILLENIUM TEM rendido bastante: já vendeu mais de 10 milhões de exemplares em todo o mundo, gerou três filmes suecos e uma nova adpatação que deve chegar aos cinemas brasileiros em 2012.
Lisbeth está diferente: cabelos mais longos, menos piercings. Parece mais amadurecida e até menos rebelde. Em sua ligação com seu antigo tutor, Holger Palmgren, ela aparece amorosa, calorosa, mais humana. Apesar de querer manter Mikael bem distante (explicação para isso somente no livro), ela retoma até mesmo os laços com Dragan Armankij, seu antigo empregador.
A paleta de cores acinzentadas do primeiro filme só dá as caras quando Lisbeth Salander está na tela. O cenário já não é mais o norte nevado da Suécia, mas a capital, Estocolmo. As luzes e as cores da cidade – que é linda – estão ali, com menos intensidade, para manter o clima de tensão. Talvez pela questão das cores, o filme fica um pouco inferior ao primeiro. A história é bem fiel ao livro mas, como em toda adaptação, acaba deixando de lado elementos da história que seriam fundamentais para fortalecer o longa. Um bom exemplo é a caracterização do personagem Ronald Niedermann. No livro, é bem fácil entender sua atitude ao fim da história. No longa, fica algo surreal.
As nuances do tráfico de mulheres também são deixadas de lado. Só ficam mais evidentes quando Mikael entrevista Björck, um cliente das mulheres traficadas, que tem uma vida pública respeitável e passa todo o tempo da entrevista entre flores delicadíssimas.
Ao final, fica a certeza de que a adaptação é bom, mas nada como ler os livros. Até mesmo pra quem não quer enfrentar os filmes suecos e prefere esperar a versão de Hollywood.